Impasse nas negociações coletivas dos professores e pessoal administrativo do Ensino Superior privado no Estado de São Paulo. Isso porque, em reunião terça (13), a representação patronal (Semesp) voltou atrás quanto a uma proposta capaz de atender os trabalhadores.
Segundo Celso Napolitano, presidente da Federação dos Professores do Estado (Fepesp) e do SinproSP, o patronal volta a se mostrar intransigente em relação às reivindicações de cláusulas sociais e também a demandas econômicas. “Mais do que isso: eles desqualificam nossas propostas. Mas não vamos tolerar essa postura”, afirma.
O dirigente alerta que a negociação extrapola questões econômicas. Napolitano explica que as mantenedoras defendem vigência da Convenção Coletiva por dois anos, enquanto sentença do Tribunal do Trabalho (TRT-SP) de 2022 define quatro anos de validade à CCT. “Da forma como quer o patronato, voltaremos à mesa de negociação em fevereiro do ano que vem. É impensável”, critica o sindicalista.
Ao todo, já houve 16 rodadas de negociação. Pra superar o impasse, a Comissão de Negociação, representada pela Fepesp, chegou a apresentar proposta de nove pontos, que englobam as reinvindicações dos professores e administrativos. A Federação representa 160 mil trabalhadores, entre docentes e não-docentes, do Ensino Superior privado no Estado.
“Além do respeito à sentença do TRT, que fixa reajuste salarial de 10,78% a partir de março de 2022, e da recuperação das perdas pela inflação, queremos debater a precarização do trabalho imposta com o ensino à distância, entre outros pontos”, explica Celso Napolitano.
Rodada – Terça (20), trabalhadores e patrões voltam a se reunir. “Vamos tentar outra vez retomar esses pontos de impasse e discuti-los mais a fundo. Insistiremos no diálogo. Não é intenção levar a questão à Justiça, mas o faremos se preciso for”, garante Celso Napolitano.