A forte greve na Renault/Horse, em São José dos Pinhais, PR, terminou com avanços. Após o fim da movimento, de um mês, a empresa decidiu negociar. Acordo Coletivo foi aprovado em assembleia liderada pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, terça, 19.
Jamil Dávila, secretário-geral do Sindicato, em conversa com a Agência Sindical, faz um balanço positivo da paralisação e das conquistas. Ele diz: “A greve aconteceu porque a empresa se recusou a avançar nas negociações. Mas se estendeu por alguns fatores externos, como as fortes chuvas no Rio Grande. O mercado recuou e isso deu conforto pra Renault não negociar. Porém, avaliamos como positiva a mobilização. Não conseguimos conversa durante a greve, mas, com o encerramento, avançamos e conquistamos resultados bons. A política de benefícios da empresa é agora a maior entre as montadoras no Brasil”.
Resultados: reajuste salarial pelo INPC e aumento de R$ 100,00 no vale-mercado, mensal, que passou pra R$ 1.400,00. O pagamento de junho já foi feito. Por isso, as diferenças serão quitadas em julho. Com isso, o vale do mês será de R$ 1.759,00.
PLR – Pode chegar a R$ 25 mil se a produção for de até 201 veículos/ano por trabalhador. Pagamento em duas parcelas. A primeira, de R$ 18 mil, em junho. A segunda, conforme o fechamento de metas, em fevereiro.
A planta da Renault tem cerca de cinco mil funcionários. Na Horse, 600. Jamil parabeniza os trabalhadores: “A adesão foi praticamente de 100%. Não houve produção de um só veículo no período. Os companheiros se mostraram guerreiros. Estavam ali porque precisavam de melhorias e elas vieram. Talvez não preenchemos todas as expectativas, mas elas são significativas”, comenta.
Contratação – Sindicato e trabalhadores reivindicaram segurança e saúde mental. A empresa garantiu contratar mais 100 funcionários pra atender as demandas intensas de produção. Além disso, se compromete a estabelecer um programa de saúde com postos humanizados, até a segunda semana de julho.
Motivos – Jamil Dávila explica: “A empresa foi inflexível e descontou os dias parados. Quando iniciamos a greve, explicamos que seria um investimento pra obter avanços. As más condições e o excesso de trabalho ocasionaram a paralisação. A contratação de novos funcionários vai melhorar as condições”.
O Sindicato representa 60 mil trabalhadores da região metropolitana de Curitiba. O índice de sindicalização é de 80%.
MAIS – Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.