Previsto em legislações e na estratégia nacional do governo federal, o Building Information Modeling deve se tornar cada vez mais presente nos projetos e obras no País. SEESP vem atuando para qualificar profissionais e contribuir com a implantação do processo em administrações locais e empresas.
A área de projetos e a construção civil brasileiras são setores essenciais da engenharia, reconhecidos internacionalmente pelas suas obras de destaque e o alto nível de seus profissionais. Para que o País mantenha esse patamar e avance, é essencial que acompanhe as inovações tecnológicas e as melhores práticas.
Nesse contexto, entra a fundamental necessidade de impulsionar o Building Information Modeling (BIM), ou a Modelagem da Informação da Construção. Conforme definido pela “Estratégia BIM BR”, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que visa a disseminação do processo no Brasil, trata-se do alicerce para a “Construção 4.0”.
O conjunto integrado de ferramentas e metodologias propicia o desenvolvimento colaborativo da construção de forma virtual. O projeto é criado digitalmente, em 3D, permitindo que eventuais erros ou falhas sejam corrigidos antes de chegarem ao canteiro de obras.
Além disso, pela lógica do BIM, a construção terá acompanhamento ao longo de todo o seu ciclo, assegurando manutenção preventiva e permanente. Ainda, o processo disponibiliza informações detalhadas e precisas que serão úteis à operação do ativo e reparos futuros.
Ou seja, evitam-se desperdícios de recursos, retrabalho, atrasos na entrega e riscos de acidentes. No caso das obras públicas, especialmente, é o caminho para a melhor aplicação das verbas sempre tão escassas, eliminando os comuns aditivos de contrato com as frequentes alterações de projetos já aprovados.
A adoção plena do BIM, contudo, exige o acesso às ferramentas necessárias, inclusive de inteligência artificial, e qualificação dos profissionais da arquitetura, engenharia e construção. Como ensina a especialista no tema Rosângela Castanheira, em entrevista ao Jornal do Engenheiro, não se trata de automatizar ou facilitar o trabalho, mas de elevar a qualidade de projetos e obras.
Por isso mesmo, a partir do SEESP Educação, área do sindicato voltada a oferecer atualização, aprimoramento e aquisição de novas competências à categoria, foi criado o projeto “BIM Prefeituras”, que tem o objetivo de contribuir com as administrações locais, especialmente em municípios menores, para adoção do BIM em suas atividades.
A iniciativa já está sendo estendida a empresas e pequenos escritórios, que também precisarão se adequar à nova metodologia de trabalho para se manter no mercado, inclusive à luz de legislações sobre o assunto, a exemplo do Decreto 10.036/2020 e da Lei 14.133/2021, esta versando sobre as licitações.
Por fim, também está sendo elaborado um programa de formação dos quadros técnicos responsáveis por operar essa revolução tecnológica. A ideia é oferecer cursos de qualidade e acessíveis, que realmente possibilitem aos participantes dominar o universo BIM.
É fundamental que os engenheiros e outros profissionais da área estejam atentos às demandas da inovação, que são constantes, e se mantenham atualizados. O SEESP seguirá atuando para contribuir com esse desafio.
Murilo Pinheiro – Presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo e da Federação Nacional da categora – FNE.