Raramente, e põe raramente nisso, acontecem enchentes nos bairros ricos. As inundações ocorrem sempre em bairros pobres ou avenidas e ruas malconservadas.
Que me lembre, nunca soube de inundação em casa de prefeito e de governador. Vale lembrar que prefeitos e governador são os responsáveis pela zeladoria das cidades, estradas, túneis e outros equipamentos de uso da população.
Porém, já vi vazamentos em hospital público, inundação em postos de saúde, escolas, túneis e, ultimamente, até em estações de metrô, com passageiros pendurados em vigas ou molhados até a altura do peito.
O clima do planeta está mudando, é verdade. E a tendência é que ocorram chuvas cada vez mais intensas, com estragos, perdas materiais, danificação de ruas e avenidas, aumento de doenças e mesmo perda de vidas humanas.
A mudança climática decorre da ação humana, da poluição do ar e das águas, do desmatamento crescente, do assoreamento de rios e córregos, tudo isso provocando a elevação de várias doenças, eliminação de espécies da flora e da fauna, como também do aumento na temperatura média.
Cientistas credenciados afirmam que o planeta acendeu o sinal vermelho. Ou seja, chegou ao limite da degradação ambiental. E o temor é que esse seja um caminho sem volta.
Há muito tempo nosso Sindicato alerta sobre esse grave problema. Aliás, fomos o primeiro Sindicato brasileiro a promover o Seminário Sindicalismo e Meio Ambiente, ainda na antiga sede. Na ocasião, o sindicalismo compareceu. Mas nenhuma empresa convidada teve o bom senso de mandar representantes.
Frutos daquele encontro, publicamos duas revistas sobre a questão ambiental. Na época, demos ênfase ao abastecimento de água, ao tratamento dos esgotos e a preservação de áreas verdes.
Mas não ficamos só nas palavras. Ao contrário. O Sindicato reformou o Clube de Campo, que mantém cerca de quatro alqueires de mata original. Também instalou placas de energia solar na Colônia de Férias em Caraguá, e dotou boa parte do nosso Clube desse tipo de energia limpa e bem mais barata que a elétrica.
Daquele encontro sobre meio ambiente, que mencionei acima, surgiu a ideia de levar a preservação ambiental para as Cipas nas empresas. Também propusemos debater ações de preservação durante as Sipats – Semanas de Prevenção de Acidentes.
O planeta Terra é como uma nave que viaja pelo espaço e os passageiros somos todos nós. Se a nave for danificada, todos sofrerão as consequências.
O magnata Elon Musk diz querer povoar outro planeta do sistema solar. Sua ideia é um delírio dos muito ricos. Mais sensato seria utilizar o dinheiro, a tecnologia e a Inteligência humana para preservar nosso planeta. Antes que seja tarde demais.
Josinaldo José de Barros (Cabeça), presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região.