Desde o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o mundo tem assistido a uma das guerras mais devastadoras do Século XXI.
Quando questionado sobre a situação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou uma opinião que, na época, gerou polêmicas. Lula sugeriu que a Ucrânia considerasse uma solução pragmática: respeitar os territórios já ocupados pela Rússia e buscar um acordo de paz mediado pela comunidade internacional. Para ele, a insistência em prolongar o conflito apenas aumentaria o número de jovens mortos em uma guerra de difícil resolução militar.
Naquele momento, a resposta do presidente ucraniano Zelensky foi enfática: não haveria concessões territoriais. A posição, embora apoiada pelo contexto emocional e soberano, foi mantida à custa de milhares de vidas.
Agora, com mudanças no cenário geopolítico, como a vitória de Donald Trump e a crescente falta de apoio financeiro internacional à guerra, o discurso de Zelensky mudou. Ele admite a possibilidade de ceder territórios para encerrar o conflito e evitar mais perdas humanas. A mesma sugestão feita por Lula meses atrás, mas que inicialmente foi rejeitada, parece agora ser uma saída óbvia.
O desenrolar dos fatos revela algo importante: a visão de Lula não era uma fraqueza ou falta de sensibilidade. Pelo contrário, foi fruto de uma análise pragmática, baseada na experiência de quem já passou por crises e entende o peso da diplomacia em tempos de guerra.
É um lembrete de que, em questões globais tão complexas, ouvir líderes que acumulam vivência e visão é essencial. Mais uma vez, Lula declarou que a verdadeira liderança vai além do imediatismo e se ancora na busca por soluções que salvem vidas e promovam a paz.
Antonio Rogério Magri, Presidente do Sindicato dos Professores de Educação Física de São Paulo e Região.