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quinta-feira, 6/02/2025

Mercado é 0,5% da população, diz economista

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Nas últimas semanas, a palavra mercado foi uma das mais utilizadas na mídia, principalmente pelos comentaristas de economia.

O viés ideológico dessa cobertura empodera o mercado, passando a ideia de que, se o governo não atender os agentes econômicos, o Brasil quebra.

Mas o que é esse mercado? Quem responde é o economista Pedro Afonso Gomes, presidente do Corecon-SP. Sua resposta surpreende. Veja:

“Na prática, o chamado mercado representa 0,5% da população brasileira”, explica o presidente do Conselho Regional de Economia do Estado de SP.

Porém, afirma Pedro Afonso, esses 0,5% da população “controlam 35% da renda e riqueza nacionais”. Ou seja, minoria com forte poder de pressão. Para o economista, o certo é tratar como mercado todo o conjunto da população, que trabalha, produz, compra, vende, toma emprestado, enfim, move a economia.

A mídia é fortemente pautada pelos agentes do mercado, levando incertezas à opinião pública. Outro mito é a Bolsa de Valores, comentada até no bar da esquina. Mas Pedro Afonso Gomes esclarece: “Na verdade, apenas 2% das empresas brasileiras têm suas ações cotadas na Bolsa”.

Essa minoria ruidosa também prega o corte de gastos públicos, levando o Presidente Lula a anunciar contingenciamento de R$ 25 bilhões do Orçamento. Dava pra cortar de outro lugar? Dava, explica o presidente do Corecon-SP.

Ele diz: “Se a taxa de juros da Selic cair um ponto, ou seja, de 10,5% pra 9,5%, o País, num único ano, economiza R$ 50 bilhões”. Isso porque, hoje, 43% do orçamento público acabam usados pra pagar juros da dívida pública ou em amortizações.

Dólar – As oscilações na moeda dos Estados Unidos não acontecem por acaso. Para o agronegócio, por exemplo, que exporta produtos in natura para o mundo todo, a alta do dólar é um bom negócio.

Inflação – Pedro Afonso Gomes calcula que ela ficará dentro da meta. Ele diz: “Alguns itens que impactam o custo de produção de empresas ou de vida das famílias têm até caído. Não vejo condições pra que ocorra uma alta”.

MAIS – Sites do Sindicato dos Economistas do Estado e Corecon-SP.

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