Assembleia geral, realizada na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, sábado (26), reafirmou o compromisso da categoria em seguir na luta em defesa dos direitos. Durante o encontro, as propostas de cinco grupos patronais foram rejeitadas pelos trabalhadores. A data-base é 1º de setembro.
Na assembleia, os metalúrgicos rejeitaram as propostas dos setores aeronáutico, de autopeças, de eletroeletrônicos, de trefilação e laminação de metais não ferrosos e de máquinas.
Segundo o Sindicato, os patronais querem retirar da Convenção Coletiva a cláusula que garante estabilidade até a aposentadoria para trabalhadores que se acidentarem ou adquirirem doença em razão das tarefas desenvolvidas nas fábricas. “Se essa cláusula for derrubada, centenas poderão ser demitidos”, alerta a entidade, em Nota.
Reajuste – Além do impasse na renovação da Convenção pelas cláusulas sociais, as econômicas também estão comprometidas. Um exemplo é a Embraer, que se recusa a atender a reivindicação de R$ 800,00 em vale-compras para os trabalhadores. A empresa quer pagar apenas R$ 300,00 para quem recebe até R$ 7.500,00 por mês.
“Tivemos três meses de negociações, mas a intransigência patronal impede qualquer avanço. A rejeição das propostas absurdas apresentadas por esses setores deixa o recado: não vamos aceitar redução de direitos”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
Propostas – Confira as propostas rejeitadas pelos metalúrgicos de São José.
Embraer
Reajuste salarial de 8,83% (INPC).
Estabilidade de 21 meses para vítima de doença ocupacional; 60 meses para acidente do trabalho.
Vale-compra de R$ 300 para quem recebe até R$ 7.500.
Outras fábricas do setor aeronáutico
(Aernnova, Alestis, Sonaca e Latecoere*)
Reajuste salarial de 8,83% (INPC).
Estabilidade de 21 meses para vítimas de doença ocupacional; 60 meses para acidente do trabalho.
Vale-alimentação de R$ 200 para quem recebe até R$ 4.700 (*exceto Latecoere, que já tem vale de R$ 580).
Eletroeletrônicos e máquinas
No primeiro ano da convenção, estabilidade de 21 meses para vítima de doença ocupacional; 60 meses para vítima de acidente.
No segundo ano da convenção, 48 meses para vítima de acidentes e 21 meses para vítima de doença ocupacional (não protege o período sem convenção coletiva).
Não há proposta de reajuste salarial.
Autopeças
Estabilidade de 48 meses para doenças ocupacionais, com lesões adquiridas a partir de 2017 (não protege o período sem convenção coletiva).
Não há proposta de reajuste salarial.
Trefilação e laminação de metais não ferrosos
Estabilidade de 48 meses para vítima de doença ocupacional para novos contratados. Os atuais permanecem com o direito até a aposentadoria.
Não há proposta de reajuste salarial.
Outras votações
Além de rejeitar as propostas patronais para a Campanha Salarial, a assembleia geral aprovou os seguintes pontos:
Moção em repúdio à General Motors pela demissão arbitrária do dirigente sindical Luiz Carlos Prates, o Mancha.
Moção de repúdio à Aernnova pela prática de assédio moral coletivo aos trabalhadores.
Solidariedade e apoio à greve dos metalúrgicos da Avibras, que estão desde julho sem receber salário.
MAIS – Acesse o site do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.