O MPT (Ministério Público do Trabalho) está disposto a participar do debate sobre a revisão da reforma trabalhista. Em entrevista ao Poder Entrevista, o procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira, considera que a discussão é necessária porque a reforma não entregou o prometido.
A reforma trabalhista foi aprovada em 2017, durante o governo de Michel Temer. O ex-presidente e pré-candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defende a revisão. O chefe do MPT acredita que o assunto deve ser debatido com maturidade e seriedade.
“Vamos aos fatos. Houve aumento dos postos de trabalho? Não. Tivemos, em 2021, 14,8 milhões de trabalhadores desempregados. A flexibilização com a terceirização bem ampla melhorou a vida? Não. Diminuiu a informalidade? Ao contrário, aumentou. Então, houve a melhoria da condição de trabalho? Não”, avalia José de Lima Ramos Pereira.
Análise – A ideia do procurador-geral do Trabalho não é revogar ou manter toda a reforma, mas sim identificar os pontos que não deram certo e buscar um caminho melhor, assim como foi feito no início do ano na Espanha, que iniciou a revisão da reforma implantada em 2012 no país.
Segundo o procurador, a questão deve ser analisada independentemente de quem seja eleito Presidente da República. José Pereira afirma: “A relação de trabalho existe, não pode ter política nisso”.
Entrevista – Clique aqui e assista na íntegra a entrevista José de Lima Ramos Pereira ao Poder.