Um dos grandes objetivos do movimento sindical, da sociedade brasileira e do governo atual é a busca do desenvolvimento econômico sustentável e justo.
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Para tanto, é essencial uma política de industrialização, sem a qual o crescimento econômico é deformado.
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O setor industrial das montadoras de veículos pelo volume da produção, pelo número de trabalhadores empregados, pelo seu papel articulador de um amplo complexo de produção e comércio e por sua dinâmica (levando-se em conta a possibilidade de inovação tecnológica) é um núcleo ativo de desenvolvimento e da industrialização.
Todos acompanham as notícias que dão conta das dificuldades pelas quais passa o setor, com férias coletivas, diminuição ou extinção de turnos e lay-offs, configurando uma crise que ainda não se manifestou abertamente como uma avalanche de demissões, mas que, para a Anfavea, poderia vir a ser “fábrica parada ou notícia pior”, conforme declaração no jornal Valor do dia 09/05.
Durante a pandemia a causa principal das interrupções de produção foi a falta de peças, como os chips. Agora, ainda que persistam essas dificuldades, a causa prioritária é o estrangulamento do mercado – principalmente o interno – com os juros altos, restrições ao crédito e pátio cheio.
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Para atalhar a crise (que já se agrava visivelmente entre os fornecedores de componentes, como pneus) e contribuir para uma solução que não deixe chegar ao destrutivo dilema “subsídio ou demissão”, o movimento sindical precisa agir com mobilização e inteligência, aproveitando-se até de sua presença Conselhão.
Para tanto as direções sindicais devem apresentar suas reivindicações, suas preocupações, suas alternativas, em primeiro estágio organizando assembleias de trabalhadores nas fábricas montadoras, esclarecendo-os, unificando-os e mobilizando-os a partir da defesa intransigente do emprego e das convenções e acordos vigentes ou a serem discutidos.
Cumprida a etapa das assembleias nas fábricas montadoras (que já se realizaram no Paraná, em Goiás, no Rio Grande do Sul e em São Paulo, nas bases da Força Sindical) as direções sindicais devem organizar uma reunião nacional com representações de todas as entidades sindicais que tenham trabalhadores em montadoras em suas bases para se chegar a um posicionamento comum e unitário de prevenção e superação da crise. Ele se desdobrará em três eixos principais:
1- Defesa intransigente do emprego e dos direitos conquistados;
2- Reivindicação de medidas emergenciais como a renovação da frota, reforço ao crédito e produção de carros mais baratos e
3- Uma plataforma de lutas persistente contra os juros altos e por medidas macroeconômicas capazes de superar a crise, antes que ela produza a “notícia pior”.
João Guilherme Vargas Netto – Consultor sindical de entidades de Trabalhadores e membro do Diap.
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