Para Vargas Netto, eleições não alteram conjuntura

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Quarta, 2, a live da Agência Sindical analisou as eleições. Participou João Guilherme Vargas Netto, que, conforme disse no início da transmissão, saía de seu terreno habitual – sindicalismo – pra ingressar no político e eleitoral.

Vargas não vê um sinal único nos resultados, alerta sobre a abstenção recorde e recomenda ação rápida dos eleitos, antes da posse.

Quanto ao sindicalismo, ele diz: “Deve procurar já os eleitos, com a pauta do combate à pandemia, emprego e da renda mínima”. Também orienta “subir à base”, ou seja, ouvir o trabalhador e possibilitar que a categoria fale.

TRECHOS PRINCIPAIS:

Balanço – As eleições apresentam-se uma esfinge em seu resultado. Foram atípicas. O primeiro fato atípico é a doença, nos dois turnos. Segundo fato, as mudanças na legislação eleitoral. E, do ponto de vista de comunicação, não houve debate.

Alienação – Os três elementos da alienação eleitoral – abstenção, branco e nulo – somam quase a metade do contingente. Temos de 40% a 45% do eleitorado alienado. Os que votaram se dividiram em 25 partidos, localizados por cidade. Mas não entendi o recado geral das urnas. Seja o recado de quem não falou nada ou de quem falou.

Mudanças – Se olharmos os três campos, esquerda, centro e direita, é certo: as eleições municipais não modificaram a conjuntura. Houve uma ou outra acomodação. Mas não suficiente pra mover placas tectônicas.

Problemas – Me entristece o povo brasileiro solitário, desorientado. Não só porque a doença o desorienta ou amedronta. Mas a falta de renda gera situações desesperadas. A falta do Auxílio… E uma situação que vai infernizar os primeiros dias de mandato dos eleitos. Sem enfrentar os três problemas – emprego, doença e falta de renda – prevejo graves dificuldades.

Sindicalismo – É muito atuante na micro sociedade. Por exemplo: na empresa. É atuante no quadro nacional, como foi o caso da luta vitoriosa pelo Auxílio Emergencial. O movimento atua na empresa ou pressiona em Brasília. Mas no meio desse caminho – Municípios e Estados – não tem intimidade com a vida municipal e estadual.

Subir às bases – O poder emana do povo, considerado a base da sociedade. Os dirigentes são cúpula. O povo é o telhado da situação, o sol. É em cima que está a base. O dirigente é mandatado pela base pra defender os interesses dela. Ele presta conta não à empresa ou à diretoria e sim à base.

Relação – Conversa entre dirigentes sindicais é uma coisa. Tenho sugerido aproveitarmos esse final de ano pra aproximar o dirigente da base. Quem manda é a base. O dirigente é um executivo. Forço essa expressão pra abrir a discussão.

Ouvir – Descer às bases é via de mão única. Subir é via de mão dupla. Se eu vou falar com quem está acima de mim, tenho que estar preparado pra ouvir o que não quero ouvir, vindo de cima de mim.

Ação – Se houver uma estratégia de frente de trabalho, os Sindicatos podem ser úteis na indicação de pessoas, de serviços, na execução. A tarefa de procurar os eleitos pode evitar o que estou prevendo: a crise das grades dos palácios municipais.

Comunicação – Cada dirigente deveria fazer uma lista de representados para contatos. Elaborar um esquema de mensagens E persistir na tática de procurar os gestores. Não só os vencedores.

MAIS – Clique aqui e assista à live na íntegra.