Pauta eleitoral e pauta sindical -Ricardo de Oliveira

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Na democracia, os setores organizados da sociedade têm suas pautas próprias. Com o sindicalismo não é diferente. Essa pauta abrange temas gerais, mas também foca questões específicas, sejam elas das categorias, da cidade ou da região.
Natural que os partidos e seus candidatos tenham suas pautas e agendas, o que, no geral, chamamos de programa de governo.
Onde está o desafio? Está em fazer a convergência dessas duas pautas. Ou seja, que os programas dos candidatos a prefeito e vice (e também de vereadores) incorporem as demandas sindicais e das categorias.
Em Guarulhos, boa parte do campo sindical se alinha à candidatura pedetista, ou seja, Márcio Nakashima a prefeito e Josinaldo Cabeça a vice.
Mas o ideal é que todo o sindicalismo se una em torno de uma pauta própria, pra ser entregue a todos os candidatos – sejam eles de esquerda, de direita ou de centro.
No município, há dois temas que o movimento sindical abraça fortemente: A reindustrialização e o retorno da Proguaru.
A reindustrialização viria beneficiar o setor produtivo e os trabalhadores, estimulando também o Parque Tecnológico (que está esquecido) e a qualificação profissional – lembrando que trabalhador qualificado ganha mais.
No caso da Proguaru, sua recriação deve vir acompanhada de mais serviços à população. Não basta limpar ruas e pintar guias. A nova Proguaru pode fazer muito mais e ainda nos livrar da terceirização maléfica, que esvazia os cofres públicos e precariza a vida dos empregados das terceirizadas.
Cidadania – Importante que a pauta sindical seja incorporada pelos candidatos. Mas o trabalhador é, antes de tudo, cidadão. Mora geralmente em bairros sem boa infraestrutura e carentes de bons serviços.
Por isso, toda vez que o tema eleitoral surge durante alguma ação sindical, o trabalhador reclama da má qualidade na saúde, das poucas opções de lazer, da falta de equipamentos esportivos, do transporte precário e da insegurança.
Pesquisa recente mostra que 34% dos eleitores não pretendem votar este ano. Os políticos precisam estar atentos a esse fenômeno. Mais: precisam se aproximar do povo, e não só em época de eleição. O que a pesquisa mostra tem nome. É desesperança. A desesperança fragiliza a sociedade e deixa o Brasil sem um projeto nacional.
Penso que a convergência das pautas partidária e sindical pode também motivar o eleitorado. Pode mostrar que a política não é um clube fechado, mas sim uma força a serviço do povo e da Nação.

Redes – Todo trabalhador tem celular e está conectado às redes sociais. Sugiro às companheiras e companheiros que não deixem de se manifestar, reivindicar ou protestar. Povo calado é povo fraco. Sejamos fortes!

Ricardo Pereira de Oliveira, Presidente interino Diretoria Metalúrgicos em Ação E-mail: ricardo@metalurgico.org.br Facebook: /ricardosindicato.metalurgicos