O saldo das negociações ainda está muito negativo para os trabalhadores. É o que mostram os indicadores atualizados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), no boletim De Olho nas Negociações, de julho.
De janeiro a junho, 52,3% dos reajustes salariais ficaram abaixo da inflação. Acima, 16,5%. Iguais ao INPC, 31,2%.
Na indústria os ganhos são de 24,9%. Comércio e serviços registram 12% de acordos superiores ao INPC. As perdas, nos serviços, no semestre, são de 65,3%. As negociações do comércio indicam 54,5% dos casos abaixo da inflação.
Conjuntura – Rodolfo Viana é economista do Dieese. Ele avalia: “Além da perda salarial, o desemprego é muito alto e a inflação sobe. A taxa de juros, a conta de luz e os combustíveis também aumentam, o que eleva os custos de produção e pressiona a inflação”.
Afora isso, há a sazonalidade típica do frio. “As geadas geram perdas para os produtores e aumentam os preços dos hortifruti. A queda nos preços leva de dois a três meses”, explica o economista.
Vacina – Alguns segmentos abriram vagas. O setor metalúrgico paulista gerou 37.900 no semestre. Porém, segundo Rodolfo Viana, “pra retomar o patamar de dezembro de 2013, seria preciso criar 410 mil vagas no setor em todo o País”. O avanço da vacinação ajuda a economia, mas o ritmo lento retarda a melhora nos resultados.
Sindicalismo – A crise põe o movimento na defensiva. Uma saída são os acordos de PLR – Participação nos Lucros e/ou Resultados das empresas. “Mas esse avanço acontece só em alguns segmentos”, observa o economista do Dieese.
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