Na Argentina, há três Centrais. A Confederação Geral do Trabalho, a Central de Trabalhadores da Argentina Autônoma e a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras. Todas combatem o governo neoliberal de Javier Milei e prometem ampliar a luta para derrotar o partido governista nas eleições de outubro. O pleito renovará parte da Câmara dos Deputados e do Senado.
Parte do que pode vir, em outubro, já foi visto domingo, quando a frente Fuerza Patria derrotou o Libertad Avanza, por uma diferença superior a 13 pontos.
A Agência Sindical conversou com o argentino José Luís Oberto, dirigente da UNI Américas. O líder comerciário hermano se encontra no Brasil, participando, na Praia Grande, do 10º Fórum de Sindicatos de Empresas Multilatinas da UNI Américas, na Colônia de Férias do Sindicato dos Comerciários de SP.
O objetivo do encontro é debater formas de aprimorar as condições de trabalho nessas empresas, “por meio de campanhas públicas e de negociações coletivas com o setor patronal do comércio”.
Um dos temas em debate é o avanço do comércio eletrônico (e-commerce), que corta postos de trabalho em diversos setores, principalmente no ramo de supermercados.
Países – Ao todo, 16 países latino-americanos participam do evento, que reúne 70 pessoas, das quais 40 são estrangeiros, inclusive dois dirigentes dos EUA.
Condições – Segundo José Luis Oberto, “as condições de vida dos trabalhadores e dos aposentados pioraram muito no governo Milei”. O projeto ultraliberal também têm gerado desemprego. “Em um ano, 250 mil trabalhadores já ficaram desempregados”, ele conta.
Segundo o dirigente, “a união das três Centrais é um modo de enfrentar os ataques do governo Milei, que corta políticas públicas, agride aposentados e deixam desprotegidas pessoas idosas e doentes”.
A política governista de liberar importações também é nociva, ele afirma. Oberto observa: “Com as importações, o setor produtivo de nosso país perde mercado e os trabalhadores perdem seus direitos”.
O dirigente, da região de Córdoba, está otimista quanto ao panorama político. “As alianças têm se ampliado, inclusive junto a governadores de várias Províncias, sejam ou não peronistas”, ele adianta.
José Luis Oberto acusa a política ultraliberal do governo de “maltratar o povo”, uma vez que o Estado abriu mão de suas responsabilidades, deixando a população no abandono.
Alterações na legislação do trabalho, arrocho salarial e desemprego ativam o círculo vicioso da economia. “Desempregados consomem menos, o que prejudica as empresas e agrava fortemente a crise”, lamenta o dirigente.
Para José Luis Oberto, o sindicalismo vai aumentar a pressão em defesa dos trabalhadores e contra a política de desmonte de Milei. Ele diz: “Esses ataques estimulam a união sindical, e essa unidade aumenta nossa força ante um governo agressivo contra os trabalhadores, o sindicalismo e os direitos”.
Hermosa – O dirigente elogiou a Colônia de Férias dos Comerciários, “um belo lugar para os trabalhadores e e suas famílias”.
MAIS – Site dos Comerciários de São Paulo e da UNI Global.




