Terça, 20, o movimento sindical lançou a Jornada Nacional Contra os Juros Altos. O objetivo é fazer o Banco Central reduzir a taxa Selic, que está em 13,75% desde agosto passado. A Jornada prosseguirá em outros dias, em várias cidades.
A ideia é ganhar apoio da opinião pública, especialmente os trabalhadores. Para tanto, o sindicalismo quer mostrar a relação direta entre juros e qualidade de vida, entre juros e crescimento econômico, entre juros e emprego.
A taxa Selic é fixada pelo colegiado do Banco Central – Copom. O presidente Lula tem pregado a queda nos juros, mas encontra resistência no presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Ocorre que, no governo Bolsonaro, o Congresso aprovou lei que dá autonomia ao Banco Central. Essa mesma lei garante mandato de quatro anos a seu presidente. Ou seja, Lula, ainda que queira, terá dificuldades em destituir o presidente do BC, que gosta de apertar a vida do pobre.
Juro alto é uma praga pra qualquer País, principalmente no Brasil, que precisa voltar a crescer, depois do fracasso bolsonarista e dos estragos pela Pandemia.
Juro alto aumenta o valor das prestações de quem compra geladeira, carro, celular etc. Juro alto encarece o crédito, porque a inadimplência aumenta e as financeiras se protegem elevando as taxas. Juro alto agrava a dívida das famílias e gente endividada não faz novas compras.
Por fim, juros abusivos inibem a geração de empregos. Por quê? Porque o dono do dinheiro vai preferir investir no mercado financeiro, em vez de pôr recursos no setor produtivo, compra de maquinário, renovação do parque fabril etc.
Dia desses, o Sindicato tentava melhorar o valor da PLR numa empresa. E o dono da fábrica se negava, alegando que todos os insumos que compõem seu produto tinham subido de preço pela alta nos juros. Todo patrão reclama, mas o fato real é que juro alto encarece os componentes e torna o produto final menos competitivo.
Mas os juros vão baixar ou não? A tendência é de baixa moderada na Selic, até porque setores fortes – como o comércio varejista – estão pressionando o Banco Central.
O sindicalismo abraçou uma bandeira justa. Mas temos que simplificar o debate. Não adianta discutir macroeconomia. Nosso papel é explicar, com clareza, como juro alto afeta os mais pobres, como transfere renda para os mais ricos, como beneficia quem não produz, como arrocha a micro e a pequena empresa, que geram 70% nos empregos nacionais.
Temos muitos aliados nessa luta, a começar pelo presidente Lula. O Dieese também pode nos ajudar muito, explicando, com simplicidade, como juro alto faz mal à Nação.
Protesto – Dia 20, delegação de nosso Sindicato participou em SP de ato contra os juros altos. Participaremos de outros. Onde a causa é justa lá estamos nós.
Josinaldo José de Barros (Cabeça)
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região.
Diretoria Metalúrgicos em Ação
Email – josinaldo@metalurgico.org.br
Site – www.metalurgico.org.br
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