24.1 C
São Paulo
quinta-feira, 27/03/2025

Tolerância zero com o assédio!

Data:

Compartilhe:

A classe patronal é boa no discurso quando defende o equilíbrio nas relações capital-trabalho. Nós também defendemos.

Mas não tem a mesma qualidade na prática. É o caso do que está acontecendo agora no segundo turno com o chamado assédio eleitoral nos locais de trabalho.

Muitos empresários abusam do poder de mando e tentam impor o voto de cabresto. Até que façam campanha pro candidato deles, jogo jogado, faz parte da democracia. O problema é quando extrapolam, tentam impor o voto, fazem ameaças de punir quem votar no outro candidato e, por incrível que pareça, oferecem até dinheiro pra quem for de Bolsonaro.

Sou eu que digo isso? Não. Quem diz é o Ministério Público do Trabalho (MPT), que tem atuado do Oiapoque ao Chuí, verificando denúncias, buscando apurar casos de assédio ou mesmo partindo pra aplicar multas quando o abuso é flagrante.

Nessa luta, que infelizmente extrapola as regras do jogo democrático, o sindicalismo age com união, firmeza e eficiência. A ação mais efetiva tem sido junto ao MPT. Ou seja, o Sindicato recebe a denúncia, envia ao órgão, que faz a triagem e, em havendo indícios, inicia os procedimentos cabíveis.

A ação sindical, sempre baseada em fatos concretos, chamou a atenção da grande mídia. Diversos jornais, entre eles O Globo e a Folha de S.Paulo, noticiaram casos e também colocaram em campo equipes de reportagem.

O próprio Jornal Nacional, assim como o Canal Globo News, tratou do assunto em recentes reportagens. Isso é muito importante, pois, além de informar o que está ocorrendo, a mídia alerta o patronato sobre os riscos desse abuso e orienta o trabalhador a se defender.

As Centrais Sindicais deram um importante passo adiante quando criaram site específico pra receber denúncias (assedioeleitoralecrime.com.br). Na medida em que os trabalhadores tomaram conhecimento desse canal, passaram a enviar denúncias sobre assédio eleitoral em todo tipo de estabelecimento.

Os dirigentes das Centrais fazem o seguinte: recebem a denúncia, digamos, de uma cidade em Minas Gerais. Aí, o comando nacional avisa as Estaduais, que apuram se aquela empresa está vinculada à base da Central A ou B. Depois disso, a Central local aciona o Sindicato da sua base ou encaminha diretamente ao Ministério Público do Trabalho.

O combate ao assédio eleitoral por patrões ou elementos ligados às chefias une e mobiliza o sindicalismo e o trabalhador assediado sabe que terá com quem contar. Isso aumenta a confiança na instituição sindical.

Toda história tem personagens. Quero, portanto, destacar, aqui, o papel de proa da Conalis, órgão do Ministério Público. E em nome do companheiro Juruna, secretário-geral da Força Sindical, parabenizar todos os dirigentes que abraçaram essa causa, em defesa do voto secreto, em defesa da causa democrática.

Clique aqui e leia mais artigos.

Acesse – https://fenepospetro.org.br/

Conteúdo Relacionado

Dois livros e um novo clima – João Guilherme Vargas Netto

Me parece que o clima mudou, sem eventos extremos. Um bom indicador disso foi o convite do presidente Lula a três importantes dirigentes sindicais...

Lula prometeu e cumpriu – Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Dia 18, o Presidente Lula enviou ao Congresso Nacional um Projeto de Lei que vai melhorar muito a condição de quem tem Imposto de...

O diálogo social não pode ser seletivo – Adilson Araújo

A recente viagem oficial do presidente Lula à Ásia, para a qual foram convidadas apenas três centrais sindicais (CUT, UGT e Força Sindical), reacende...

Governo Lula: armadilhas da crítica e caminhos para superá-la – Antônio Augusto de Queiroz

No entanto, um dos maiores desafios enfrentados pelo governo é a chamada “armadilha da crítica”, na qual qualquer medida adotada, independentemente dos méritos ou...

Isenção de Imposto de Renda para trabalhador reduz desigualdades

Os esforços do governo Lula para diminuir as desigualdades sociais no país têm causado grande desconforto na Faria Lima. O endereço do coração financeiro...