Menos e não mais deputados – Josinaldo José de Barros (Cabeça)

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A partir da próxima legislatura, a Câmara de Deputados terá mais 18 deputados federais, subindo de 513 pra 531 o número de componentes.

A próxima cena desse filme você já sabe qual será. As Assembleias Legislativas e as Câmaras de Vereadores vão alegar isonomia, buscando aumentar também o número de deputados estaduais e de vereadores.

Caso consigam, cada um deles ampliará o número de aliados e cabos eleitorais, a seu serviço em todos os municípios. Com isso, ampliarão as chances de reeleição e de se perpetuar no poder.

Isso significará um aumento pesado nos gastos públicos, porque não é só o salário do parlamentar que conta. Cada deputado federal, estadual e vereador tem gabinete próprio, assessores, auxiliares e abriga os amigos dos amigos. E tudo isso custa caro.

Mas quem apresentou o projeto pra essa verdadeira farra do boi? Foi a deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ), mostrando que segue os passos do pai, o deputado condenado e cassado, Eduardo Cunha (ex-MDB, no Estado do Rio).

O problema do Brasil não é o número de parlamentares. Mas, me corrija se eu estiver errado: com um único senador (e não três) por Estado e metade dos deputados federais, estaduais e vereadores, o País andaria do mesmo jeito e seria mais fácil à população acompanhar seus votos, fazendo o controle crítico mandatos.

Gastos – Hoje, no Congresso Nacional, cada parlamentar tem um gabinete repleto, fora os cargos de livre escolha, para indicar quem quiser. Cada um deles recebe recursos públicos do Fundo Partidário, do Fundo Eleitoral e pode se valer das emendas secretas, de pix e outras patifarias.

Por favor, não entenda minha fala como um gesto contra a política. A boa política ajuda os povos. E os bons parlamentares prestam serviços relevantes.

Mas não é o que ocorre no País. O Congresso é um escritório de luxo do grande capital, especialmente do agronegócio, banqueiros e dos especuladores. Atrelados aos ricos, os parlamentares votam, em sua imensa maioria, contra a população pobre.

Dia 25, Câmara e Senado derrubaram projeto de Lula que aumentava, modestamente, o Imposto sobre Operações Financeiras. A ideia era cobrar um pouco mais dos muito ricos e reduzir os impostos dos mais pobres.

Mas eles não ficaram contentes em derrubar o IOF. Agora, já falam em impedir o aumento real no salário mínimo e em desvincular o mínimo dos benefícios da Previdência, lesando milhões de idosos.

Política – Tem gente que não gosta que eu fale de política nas fábricas ou no Sindicato. Mas eu continuarei nessa linha, pois omissão é um ato covarde. Peço que você se interesse mais por política, porque os políticos se interessam por você: principalmente pelo seu voto. Eles prometem, você vota e eles só dão as caras quatro anos depois.

Você acha isso certo?!

Josinaldo José de Barros (Cabeça). Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região.