O brasileiro não tem pra onde correr quando se trata de inflação. “Está tudo caro ao mesmo tempo”, alerta Pedro Afonso Gomes presidente do Conselho Regional de Economia do Estado de São Paulo. Ele conversou com a Agência Sindical sobre a situação econômica nacional.
O economista também vê poucas chances de melhorias a curto prazo, porque o País não passa segurança a investidores.
Principais trechos de sua entrevista:
CARESTIA – “Tudo está caro ao mesmo tempo. A pessoa passa a comprar outra marca de sabão em pó, de leite, de suco. Mas essas outras marcas também subiram”.
RENDA – “Há uma perda generalizada por causa dos aumentos. A renda dos mais pobres e dos próprios profissionais liberais caiu. Não temos inflação de demanda, e sim de custo”.
PREÇOS – “O que as famílias mais sentem é nos alimentos. Então, o produtor rural está ganhando mais? Não. Essa inflação decorre do custo dos combustíveis, insumos, adubo e de outros itens do preço final”.
JUROS – “Não impactam tanto na inflação, mas travam a produção. Se a produção cai, há menos negócios, menor circulação de dinheiro, mais desemprego e arrocho na renda proveniente do trabalho”.
FINANCEIRAÇÃO – “O poder do capital financeiro ficou grande demais. E os outros setores funcionam como que agregados a ele”.
ESTOQUES – “Durante um século, o Brasil teve estoques reguladores. Mas decreto de Bolsonaro, em 2019, acabou com os estoques, deixando tudo nas mãos do mercado. Estamos pagando por esse erro”.
PERSPECTIVAS – “A insegurança no País inibe investimentos estrangeiros. Sem um governo que dê segurança e mostre clareza na economia, não vamos sair da crise”.
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