A violência policial em São Paulo e o legado de Bolsonaro. Os episódios de violência ocorridos na Polícia Militar e na Guarda Civil Municipal de São Paulo neste ano não podem ser tratados como casos isolados, como tenta fazer crer no Governo Paulista. A violência é enraizada em inúmeras ações das forças de segurança, muitas vezes desproporcionais e desnecessárias.
O governador Tarcísio de Freitas não apenas tenta minimizar as atitudes arbitrárias de seu Secretário de Segurança Pública, mas carrega consigo um histórico que evidencia seu alinhamento com práticas questionáveis. Quando o comandante da Rota, ele se envolveu em ações que chocam pela brutalidade. O episódio em que um Ser Humano foi jogado de uma ponte, como um saco de lixo, na presença de policiais que, em vez de tentarem salvá-lo, permitiram que a violência prevalecesse. Até hoje, não sabemos qual “crime” justificaria tal atrocidade. Essa ação, que deveria ao menos ter sido investigada com rigor, inclusive com exames antitóxicos nos envolvidos, permanece como uma mancha na história da Segurança Pública Paulista.
Esse cenário não é apenas pontual; é parte do espólio deixado por Jair Bolsonaro, que durante seu governo incentivou o armamento, a truculência e a violência policial como instrumentos de poder. O aumento de 99% na letalidade policial em São Paulo sob a gestão de Tarcísio é um dado alarmante que não pode ser ignorado. Para enfrentar esse problema, seria necessário romper com as práticas arbitrárias e violentas que ainda persistem. No entanto, o governador parece mais interessado em manter-se fiel às diretrizes bolsonaristas que defendem os direitos humanos e a vida.
Como cidadão brasileiro e paulistano, é hora de exigir um basta a essa escalada de violência. É preciso coragem para romper com o passado e construir uma política de segurança pautada no respeito à dignidade humana. Se Tarcísio realmente deseja governar para todos, deve abandonar o espólio de violência e deixado por Bolsonaro que insiste em carregar.
Antonio Rogério Magri – Presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação Física de São Paulo e Região.