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sábado, 12/10/2024

8 de Março: luta por respeito e igualdade

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8 de Março: luta por respeito e igualdade | O Dia Internacional da Mulher é um momento importante para avaliar nossas conquistas e desafios.

Com quase um século de história, o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região sempre se manteve atuante no cenário político, econômico e social do país, pelo fortalecimento da democracia. Estamos mobilizados, alertando e reivindicando, trabalhadores e toda a população.

O governo Bolsonaro já é responsável pelo maior retrocesso social e trabalhista da história recente do Brasil. Sabemos hoje que o resultado da reforma Trabalhista foi o aumento do desemprego e da informalidade. Os últimos dados da PNAD, quarto trimestre, apontam uma taxa de desocupação de 11,1%, contudo o desemprego é ainda maior entre as mulheres, que possuem uma taxa de desocupação de 13,9%, ante 9% da taxa entre os homens. A taxa de desocupação das mulheres foi 54,4% maior que a dos homens. São cerca de 6,5 milhões de mulheres desempregadas, contra 5,5 milhões de homens. Indicadores como informalidade, subutilização e rendimento médio seguem a mesma perversidade, ou seja, possuem piores resultados para mulheres, sobretudo, mulheres negras. Com a aprovação da Reforma da Previdência, este governo também conseguiu criar um exército de miseráveis, de trabalhadores que contribuíram a vida inteira com o INSS. Os trabalhadores já entenderam que o governo transformou o mercado de trabalho em um grande balcão de ofertas de vagas precarizadas. Para agradar banqueiros, querem aumentar a venda de planos de previdência privada. Essas medidas foram mais sentidas pelas mulheres, que já sofrem discriminação no mercado de trabalho ao longo da vida laboral com a falta de igualdade.

Por isso, nossa luta também é pela eleição de políticos comprometidos na construção de um Brasil social e economicamente mais justo e solidário. Temos um papel importante na reconstrução de políticas públicas e um Estado de bem-estar social. E o fortalecimento das empresas públicas, como o Banco do Brasil e Caixa Econômica, responsáveis por subsidiar a agricultura familiar e projetos sociais.

Neste 08 de março estaremos nas ruas. Em pauta, as mulheres também vão buscar “um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome”. Um lema nacional que sintetiza as diversas batalhas que enfrentamos.

Nos últimos anos, o Brasil registrou milhões de mulheres a menos na força de trabalho em meio a cortes de políticas públicas, diminuição do auxílio-emergencial e recordes de mortes em decorrência da Covid-19. Na nossa categoria, sabemos que as mulheres ocupam 49% do total de postos de trabalho e recebem, em média, salários 23% menores que os dos homens. Essa realidade é ainda mais injusta quando se observa que as mulheres bancárias têm escolaridade maior que a dos bancários: 80% das bancárias têm nível superior completo, enquanto entre os homens esse percentual cai para 74%. Além disso, sabemos também que as mulheres trabalham, em média, 7,5 horas a mais que os homens por semana devido à dupla jornada, que inclui tarefas domésticas e trabalho remunerado, de acordo com dados do Ipea.

Por fim, não poderia deixar de destacar a luta contra a violência contra a mulher. Desde a sua criação pelo Sindicato, em dezembro de 2019, o projeto Basta! Não irão nos calar! já ofereceu atendimento jurídico especializado e gratuito a mais de 200 mulheres vítimas de violência doméstica e de gênero. Em parceria com sindicatos em diversos países, nossa luta no Brasil se une com a UNI Global Union (Sindicato global que representa mais de 20 milhões de trabalhadores do setor de serviços em todo o mundo) pela ratificação da Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), onde reconhece que a violência e o assédio no mundo do trabalho levam à violação ou abuso dos direitos humanos e são ameaça à igualdade de oportunidades e, por isso, são incompatíveis com o trabalho decente.

Estamos mobilizados construindo novas perspectivas para alcançar um futuro melhor, unindo os trabalhadores e propiciando a compreensão desse esquema perverso e sofisticado de exploração da mão de obra. Tivemos centenas de conquistas, em função do fortalecimento dos movimentos sociais e sindicatos no mundo. Acredito que uma delas foi a ampliação do processo de organização das redes sindicais, conseguimos avançar do ponto de vista mundial e potencializamos o que a gente sabe fazer, que é ação sindical e intercâmbio de conhecimentos. Sabemos que nós mulheres estamos em situação de muita discriminação e desigualdade no mundo do trabalho e isso gera exclusão social e violência. Todos temos um compromisso em lutar por igualdade. Não existe uma resposta simples para as questões mundiais e locais, mas acima de tudo temos que pensar como classe trabalhadora, juntos, de forma unida e coletiva.

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