A religião é uma das mais antigas e consolidadas tradições humanas. A esmagadora maioria das pessoas cultua a fé, para os momentos felizes ou doloridos da vida.
As religiões são criações humanas e as igrejas derivam de cada religião. As igrejas têm os olhos no céu, mas os pés na terra. Elas, portanto, são organizações sociais, apregoam a fé, mas também se ligam a projetos e interesses. E isso é legítimo.
Já o sindicalismo é laico, ou seja, não se liga a confissões ou ordens religiosas. O sindicalismo tem os olhos no horizonte e os pés no chão. Nosso objetivo é construir um mundo melhor, partindo do hoje para o amanhã.
Isso posto, pergunto: pode haver diálogo entre sindicalismo e religião? Pode e deve. E foi com esse objetivo que na última quarta (11) um grupo de dirigentes foi recebido na Diocese pelo Bispo Dom Edmilson Amador Caetano. Foi um encontro respeitoso e proveitoso, que vai frutificar.
A pauta central do encontro de quase uma hora (todos puderam falar) é o movimento contra a carestia, puxado pelos Sindicatos guarulhenses, com a participação de outras entidades. Queremos, nesse movimento, a participação das igrejas.
O custo de vida está muito alto. Aflige católicos, protestantes, espíritas, umbandistas e pessoas de outros credos.
O Bispo se mostrou atento ao tema e preocupado com a crise que atinge os fiéis. A Igreja Católica, apoiada em sua doutrina social, se engaja em ações concretas em apoio a jovens, doentes, estudantes, enfermos e a famílias carentes. As paróquias ressentem os efeitos do desemprego e do empobrecimento das famílias.
O sindicalismo também, e mais do que ninguém, se ressente dos efeitos do desemprego, da perda de renda, do arrocho salarial e do empobrecimento. Esse empobrecimento é agravado pela inflação, a alta nos alimentos, gás e na gasolina.
O nome disso é carestia.
Vamos, agora, retomar o contato com outras igrejas, como Batista, Assembleia de Deus, Cristã do Brasil, Metodista, Messiânica, Presbiteriana, Islâmica, Judaica, Afrobrasileiras e outras. É muito importante que essas confissões divulguem e apoiem as ações de combate à carestia.
Movimentos – Também ampliaremos o diálogo com associações de moradores, núcleos de mulheres, movimentos de jovens, entidades como OAB e o Poder Legislativo local. A luta contra os abusos nos preços, serviços e tarifas será mais forte se tiver base social ampla.
Dia 29 de abril, realizamos um primeiro ato público. Fico feliz em constatar que o grito de alerta dado em Guarulhos repercutiu em São Paulo e outras cidades, estimulando novas ações.
O desemprego está muito alto, o arrocho salarial avança e o governo não se mexe pra combater abusos nos preços, a carestia nos serviços e a elevação das tarifas. Se o governo não age, a gente reage!
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