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terça-feira, 21/01/2025

Bancários buscam sua parte no lucro das instituições

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No dia em que o Itaú divulgou lucro trimestral superior a R$ 10 bilhões, bancários e banqueiros voltavam à mesa de negociações. De um lado, o Comando Nacional da categoria; de outro, a bancada patronal da Fenaban.

O objeto da discussão, quarta, 7, foi a pauta de reivindicações, aprovada em notável mobilização, comandada pela Confraf-CUT e outras entidades. A votação online das propostas teve mais de 47 mil participações.

Na negociação de ontem (quarta), a pauta tratada foi a econômica, informou à Agência Sindical, com exclusividade, Juvândia Moreira, que preside a Contraf.

Os trabalhadores, ela diz, buscam reposição integral pelo INPC e mais 5% de aumento real. A dirigente comenta: “Diante do lucro astronômico dos bancos, nosso pleito é até modesto”. A categoria pleiteia também aumento em salários indiretos, como vale-refeição e alimentação. Querem, ainda, aumento efetivo para o abono salarial.

De um lado o lucro crescente dos bancos. E junto a isso o impressionante pagamento de dividendos a executivos do Santander, Bradesco, Itaú, enfim, da elite do segmento. Juvândia afirma: “No Itaú, mais de R$ 16 milhões ao ano”.

A ironia, ela aponta, é a Fenaban reclamar que atender à pauta da categoria geraria estremecimento na gestão e lucratividade dos bancos. Juvândia Moreira também chama atenção para o falso dilema sacado pela bancada patronal quanto a empregos e direitos.

Na prática, ela relata, a Fenaban diz ver atrito entre manter empregos, aumentar empregos e ampliar direitos. Juvândia contrapõe: “É o contrário. Os aumentos que buscamos fariam bem à categoria e também à economia, ensejando aumento nas vendas e até no recolhimento de impostos sobre o consumo”;

Chances – A rodada desta quarta foi a sétima. A discussão se baseou em itens econômicos. O Comando da categoria quer definir a parte econômica pra avançar outras questões, ligadas às condições de trabalho, como terceirizações e pressão abusiva sobre os trabalhadores.

Juvândia vê com preocupação o avanço de doenças diretamente ligadas à piora nas condições de trabalho. Ela comenta: “Existe o problema da desigualdade salarial e de oportunidades, é verdade. Mas têm crescido muito o estresse, a síndrome do pânico e outras formas de adoecimento”.

A Convenção dos Bancários é minuciosa quanto a questões ligadas às relações de trabalho. Mas o aumento do estresse e a pressão por metas, por exemplo, requerem o avanço nessas normatizações.

Dia 13 – O próximo encontro entre Comando Nacional dos Bancários e Fenaban está marcado pro dia 13. A presidenta da Contraf-CUT cita que quase 90% das negociações analisadas pelo Dieese contemplam ganhos acima da inflação. Ela diz: “Quanto aos bancos, não há dúvida de que eles têm muita gordura pra queimar”. Ela espera avanços efetivos.

Deliberação – Já no ano passado, o desfecho da campanha salarial se deu de forma online por assembleias que computaram 120 mil votantes. Essa fórmula será de novo utilizada na atual campanha.

Regulação – As regras permanentes quanto às relações capital-trabalho são bem definidas na Convenção Coletiva, em âmbito nacional. Juvândia Moreira adianta: “Fechada a negociação econômica, com outras garantias que buscamos, o próximo passo será definir na norma coletiva as relações sindicais e de trabalho”.

Mesa – Aline Molina, Neiva Ribeiro e Juvândia Moreira. Foto: Sindicato dos Bancários.

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