A Justiça trabalhista tem concedido liminares para reintegração de bancários demitidos durante a pandemia. As demissões contrariam compromisso assumido na mesa de negociação entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e a Confederação Nacional dos Bancários, Contraf-CUT.
Segundo reportagem publicada quinta, 22, no jornal Valor Econômico, neste ano foram distribuídos mais de 11 mil processos trabalhistas contendo os termos pandemia e reintegração. Deste total, 417 foram contra o Santander, 283 contra o Bradesco e outras 177 contra o Itaú Unibanco.
Reintegração – A advogada Cristina Stamato, que atua junto ao Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Nova Friburgo e o de Niterói e Região, conta à reportagem do Valor ter ajuizado 32 ações. Ela obteve seis reintegrações e sete negativas. Ela vai recorrer sob a alegação que os bancos registraram lucros mesmo durante a crise.
De acordo com levantamento do Valor Data, o Itaú Unibanco teve lucro líquido de R$ 8,1 bilhões no 1º semestre de 2020. O Bradesco registrou R$ 7,6 bilhões, e o Santander teve R$ 6 bilhões de lucro.
Demissões – Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, apontam que os bancos já demitiram mais de 12 mil trabalhadores somente nos dez primeiros meses deste ano. Somente o Santander teria demitido 1,1 mil funcionários desde o mês de junho. Já o Itaú Unibanco teria demitido outros 130 trabalhadores desde o início de setembro. O Bradesco teria desligado outros 566 bancários somente em outubro.
Juvândia Moreira, presidente Contraf-CUT, afirma que o volume de demissões pode ser ainda maior, uma vez que nem todas são homologadas pelos sindicatos desde que a reforma trabalhista entrou em vigor.
“Na mesa de negociações cobramos e os grandes bancos se comprometeram a não demitir na pandemia. A pandemia não acabou e o compromisso tem que ser mantido”, relatou Juvandia Moreira, que é também coordenadora do Comando Nacional dos Bancários.
Campanha – Para denunciar a situação à população a categoria lançou Campanha Nacional. Manifestações, protestos em frente a agências bancárias e outras ações nas redes sociais denunciam a quebra de compromisso e o aumento no volume das demissões.
Mais – Acesse o site da Contraf-CUT.