“Vai ser o pior Natal dos trabalhadores da Proguaru. O pessoal está muito apreensivo com o desemprego. Ninguém sabe se vai conseguir pagar as contas e as dívidas”. A fala é de Eli Edgar dos Santos, funcionário da autarquia, há 12 anos, “líder de equipe”, posição alcançada por concurso interno.
Casado, pai de três filhos, um menor, Eli conta: “Minha filha perdeu o emprego devido à pandemia. Minha mulher, que é técnica de enfermagem, também está sem trabalho”. Sua renda e o ganho do filho mal dão pras despesas domésticas e a prestação do apartamento na Cohab.
Mas tem gente em situação ainda pior. Na reunião na Câmara, sexta (18) uma trabalhadora contou aos vereadores que recebe, limpos, R$ 1.071.00. Ela usa o dinheiro pra se manter, pagar prestação na Cohab e quitar empréstimo de R$ 300,00 no banco.
O que salva, um pouco, na Proguaru é o Vale-Alimentação de R$ 541,00 negociado pelo Sindicato. Mas o dinheiro está curto. Segundo Eli Edgar, “o custo de vida subiu muito e tem família que consome o valor de R$ 541,00 numa única quinzena”.
Natal – “Tá difícil. Como vamos celebrar o Natal com a corda no pescoço, com o emprego ameaçado? E tem gente em situação bem pior que a minha, porque ganha menos ainda”, alerta o Servidor.
Na casa de Eli, a família está apreensiva, devido ao risco de desemprego do pai. Esse sentimento, ele diz, é geral. Nesses dias de protesto, Eli conversou com muitos companheiros, gente que paga até R$ 500,00 de aluguel. O restante do salário vai pra comida e outras despesas. Eli Edgar dos Santos, 52 anos, adverte: “Se está ruim, agora, com a pessoa empregada, como ela vai viver sem emprego?!”
Guti – De família abastada, o prefeito Gustavo Henric Costa (Guti) terá mesa repleta no Natal. Mas ele pensou nos 4,6 mil trabalhadores sob sua responsabilidade na Proguaru?
Reportagem de João Franzin.