Entidades sindicais contra volta da chibata – Eusébio P. Neto

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O neoliberalismo ludibriou milhares de trabalhadores que elegeram para o Congresso Nacional parlamentares que estão a serviço dos exploradores de mão de obra. Hoje, estamos reféns dessa corja que insiste em pautar projetos que proíbem a contribuição obrigatória aos sindicatos. Isso demonstra, claramente, que a luta pela liberdade sindical no Brasil está longe de acabar. Os dirigentes sindicais precisam se conscientizar de que estamos travando uma batalha política. Sendo assim, precisamos estar organizados para fazer o enfrentamento dentro do Congresso Nacional.

A organização sindical proporciona a possibilidade de lutar por direitos trabalhistas e aumento salarial. Dessa forma, o capital teme o fortalecimento dos sindicatos e não deixará de lutar até atingir o seu objetivo.

Ao defenderem os projetos contra os sindicatos, os grupos econômicos enganam os trabalhadores, se passando por defensores da causa operária. Sem receita, os sindicatos ficam inadministráveis e enfraquecidos, deixando o caminho livre à exploração do trabalho.

Precisamos reagir rápido, de forma coordenada e organizada, pois quem perde com isso é o povo e o projeto político que elegeu o presidente Lula. Se esses projetos, capitaneados pelo Senador Rogério Marinho (PL-RN), avançarem, será uma grande derrota para a ala progressista. Marinho foi o relator da contrarreforma trabalhista que retirou os direitos dos trabalhadores em 2017. Agora, o capataz da classe operária está empenhado em barrar a decisão do Supremo Tribunal Federal, que decidiu pela constitucionalidade da contribuição assistencial, inclusive para os não sindicalizados. Precisamos lutar contra esse retrocesso, pois a organização dos trabalhadores e, consequentemente, a democracia estão ameaçadas.

Os dirigentes sindicais não podem se acomodar e achar que com a decisão do STF tudo está resolvido. É preciso ter consciência da importância do movimento sindical no contexto político da nação. Esses reacionários não nos deixarão em paz. É um processo de dominação e a nossa organização se torna um empecilho para a exploração do trabalho.

O sindicalismo é um movimento social e de inclusão que defende os interesses dos trabalhadores. Além disso, é uma doutrina política, uma vez que os trabalhadores organizados em sindicatos têm um papel ativo na condução da sociedade.

Eusébio Pinto Neto, Presidente da Federação Nacional dos Frentistas.