Nas crises, as forças vivas da sociedade precisam se manifestar e fazer valer suas demandas.
A atual crise expõe a omissão do Estado brasileiro e exige do SUS um esforço que esgota os profissionais e o próprio Sistema. Quanto ao governo federal, uma palavra define sua postura: irresponsabilidade.
A recessão prolongada, a incompetência política e a pandemia jogam um peso enorme nos ombros da Nação. Também afetam o sistema produtivo e desorganizam o mundo do trabalho.
Estamos no pior dos mundos. Governos incompetentes, recessão, pandemia, enfraquecimento do setor produtivo, desemprego em massa, precarização e desorganização do trabalho.
Entendo que nesses momentos as forças precisam se unir, pra defender seus interesses, pressionar o poder político e ajudar a Nação a superar a crise terrível. Capital e trabalho podem resolver tudo?
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Não. Mas podem ajudar a quebrar a inércia do poder público, pra que o Brasil reencontre seu rumo.
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A primeira união que proponho, nesse sentido, é no combate à Covid-19. Esse combate vai desde a cobrança de medidas econômicas aos governantes até ações práticas contra a doença. Por exemplo: por que não cobrar do governo testes em massa na população? Sem testagem, o vírus avança.
Outra proposta que pode nos unir é buscar estender até dezembro o Auxílio Emergencial a subempregados, MEIs e a informais. Mais seis parcelas, de R$ 600,00 cada, garantiriam a alimentação dos mais pobres, injetariam bilhões de Reais no mercado e aqueceriam setores importantes da economia. E o setor produtivo seria beneficiado.
Outra ação conjunta, de patrões e empregados, seria estimular ações solidárias nos próprios locais de trabalho. Isso tem sido feito, isoladamente, com a arrecadação de cestas básicas, fornecimento de máscaras e outras ações. Mas uma campanha efetiva, a partir do ambiente de trabalho, teria impacto social e ajudaria as famílias carentes a enfrentar a pandemia.
Nesta semana, os carros de som do Sindicato voltam a percorrer bairros de Guarulhos, levando mensagem sobre cuidados, uso de máscara e atenção total para evitar aglomerações e contaminações. Depois, iremos para portas de fábricas. Ou seja, nós, representantes do mundo do trabalho, estamos fazendo o que está a nosso alcance.
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Política – Nas eleições deste ano, o setor produtivo terá seus candidatos e nós, trabalhadores, teremos os nossos. Mas podemos atuar juntos em pontos de interesse comum. Isso é possível. Podemos, por exemplo, cobrar dos candidatos compromisso com a indústria nacional, fortalecimento do setor produtivo, mais financiamento a pesquisas, qualificação profissional, redução de tributos e fortalecimento do SUS.
A pandemia mostra, mais uma vez, que estamos no mesmo barco – no barco chamado Brasil. E o Brasil não pode afundar. Nesse sentido, capital e trabalho precisam se dar as mãos. O que nos une é muito maior do que algo que possa nos dividir.