Por decisão de congresso, dia 12 de dezembro de 2007, na cidade mineira de Venda Nova, nascia a CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil. A partir da experiência da Corrente Sindical Classista (CSC) sua constituição agregava amplos setores dos rurais, dos marítimos, além de base ligada ao Partido Socialista Brasileiro.

Adilson Araújo, presidente, em segundo mandato, falou terça à Agência Sindical. Aos 52 anos, ele é bancário, onde atua há 33 anos, funcionário do Itaú/Unibanco. Adilson, que milita desde 1987, ingressou como diretor de no Sindicato da Bahia em 1990. Foi também coordenador estadual da CCT e presidiu a CUT Bahia. Preside a CTB desde 2013. Em 2017, foi reeleito.

Balanço – Para Adilson, nos 13 anos, “a CTB consolidou seu projeto de Central Sindical preservando princípios e objetivos”. Ele cita os pilares dessa construção, entre os quais “fortalecer os Sindicatos, buscar sua sustentação material e combater pulverização das entidades”.

O dirigente avalia: “Mantivemos autonomia frente a governos e patrões, fortalecemos nossa política de solidariedade com o movimento internacional, fomos constantes nas lutas em defesa da democracia e contra o golpe”. Segundo Adilson Araújo, “a CTB também propõe um modelo rural solidário e sustentável e atua na defesa da educação, da integração dos povos, com esforço centrado na construção de um novo projeto de desenvolvimento nacional, de alcance social e horizonte socialista”.

Organização – A Central valoriza o modelo sindical brasileiro definido na Constituição de 1988, que manteve a unicidade sindical e a representação por categoria. Para a CTB, é importante se garantir custeio. Para o presidente cetebista, “hoje, ninguém mais nega a necessidade de haver uma fonte de custeio ao sindicalismo – até quem batia no imposto sindical agora revê suas posições”.

A Central, de forma unitária, participou das articulações pela política de valorização do salário mínimo, que, nos governos Lula e Dilma, conseguiu mais de 70% de aumento. O presidente da CTB observa também que, à época, muitas categorias obtiveram ganho real por mais de 10 anos.

Renda – Uma das bandeiras da CTB é atualizar as tabelas do Imposto de Renda sobre salários, cujo desconto maior está em 27,5%. Ele argumenta: “Se o desconto fosse a partir de R$ 5 mil, isso aumentaria a renda dos trabalhadores e também faria o sindicalismo se aproximar mais de setores assalariados classe-média, nem sempre simpáticos ao movimento”.

Pandemia – O sindicalismo, desde o início, tomou posição. Quanto à Covid-19, as Centrais publicaram documento que reivindica, entre outras medidas, proteção à vida e ao emprego, reconversão industrial, fornecimento de  EPIs aos trabalhadores, álcool gel e testagem em massa.

Para o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, caberia ao governo “emitir dinheiro, oferecer crédito subsidiado aos pequenos negócios; retomar grandes obras paradas; e investir na saúde e educação.” Sem isso, afirma, fica difícil gerar empregos.

No que diz respeito à vacina, a posição de Adilson Araújo é que chegue o mais rápido, “venha de onde vier”.

MAIS – Site da CTB.