O governo Bolsonaro conseguiu 29 liminares favoráveis na Justiça pra impedir bloqueios e também forte apoio policial nas estradas, tudo para evitar a greve e protestos de caminhoneiros em todo o País. Os trabalhadores lutam contra os aumentos abusivos dos combustíveis.
A greve, que teve início no dia 1º, segue forte em várias cidades do Brasil. No Porto de Santos, em SP, o movimento tem adesão de 100% da categoria. Os caminhoneiros também lutam pelo reajuste da tabela de frete e pela aposentadoria especial após 25 anos de contribuição.
Reivindicações – A pauta dos trabalhadores tem 15 itens, mas três são pontos emergenciais, segundo a categoria. O principal é a mudança na política de preços dos combustíveis da Petrobras, que pode ser alterado pelo governo federal.
De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, o diesel subiu 33% nos últimos 12 meses. A chamada “inflação dos motoristas” alcançou 18,46% no acumulado de um ano. A média geral da inflação, medida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), era de 9,57% no mesmo período.
Outros – Os caminhoneiros também reivindicam o retorno da aposentadoria especial após 25 anos de contribuição ao INSS. E também pedem o julgamento da constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal da Lei Piso Mínimo de Frete (13.703/2018).
Apoio – As Centrais Sindicais já informaram que apoiam o movimento grevista. Em entrevista à Agência Sindical, Miguel Torres, presidente da Força, afirmou que a pauta dos caminhoneiros deve ser ampliada. “A população está indignada. Ampliar essa luta pra toda a classe trabalhadora ajudará a denunciar o fiasco da política neoliberal de Bolsonaro e Guedes”, disse Miguel.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, pensa no mesmo sentido. “A pauta dos caminhoneiros é importante não só pra categoria, mas ao conjunto da sociedade. A escalada dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha afeta o bolso do trabalhador e da classe média”, explica o dirigente cutista.