Ao longo das décadas, o sindicalismo brasileiro criou três departamentos. Um de economia, Dieese; um de assessoria política, Diap; e um de saúde do trabalhador, Diesat.
A crise sindical, agravada pela reforma trabalhista de Michel Temer, afetou duramente essas entidades, que tentam a todo custo sobreviver.
Tenho especial admiração pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, o Diap, que conheço desde a época da Assembleia Nacional Constituinte.
Entendo que o Diap, concebido originalmente pelo advogado, pensador e humanista Ulisses Riedel, produziu os melhores quadros da assessoria sindical nacional.
Assim que a Constituição foi promulgada, em outubro de 1988, o Diap (com a Oboré e a editora Cortez) lançou o “Quem foi quem na Constituinte”, mais que um livro, um documento precioso do voto de cada constituinte acerca dos assuntos de interesse dos trabalhadores.
Ainda que frente a graves dificuldades econômicas, o Diap publica, anualmente, o trabalho os “Cem cabeças do Congresso”, indicando os parlamentares mais articulados e influentes. Produz também, com frequência, excelentes conteúdos sobre o Congresso Nacional e outras áreas do Estado brasileiro.
Há uma gama de publicações da entidade, todas voltadas para o interesse público, do sindicalismo e da classe trabalhadora. Esse conteúdo é livre e pode ser acessado no site – www.diap.org.br
Vale registrar que devemos ao Diap a redação dos Artigos VII e VIII da Constituição Federal, que regem os direitos trabalhistas e definem o formato da organização sindical brasileira.
Por que falo no Diap? Porque a entidade, sem fins lucrativos, lança agora uma campanha de filiação ou refiliação junto ao movimento sindical. O site da instituição traz as instruções de como proceder.
Num momento em que a cúpula do sindicalismo mostra desorientação – como, por exemplo, um raquítico 1º de Maio em São Paulo, inclusive com Lula presente -, as direções precisam cuidar de contar com boas assessorias. O Diap tem experiência, credibilidade e quadros da melhor qualidade profissional, técnica e política.
Numa fase de inflação controlada, redução do desemprego e ganhos salariais reais, o centro da luta classista se desloca para o Parlamento, hoje majoritariamente conservador ou de direita. Esse terreno ninguém conhece tão bem quanto o Diap.
Portanto, todos nós que atuamos no movimento sindical devemos divulgar a campanha de filiação lançada pelo Diap, porque a aprovação de leis trabalhistas mais justas será também a construção de uma democracia mais sólida a inclusiva.
João Franzin, Jornalista há 45 anos, coordenador da Agência Sindical há 32.