Tem melhorado o desempenho das negociações coletivas analisadas pelo Dieese. Segundo o boletim de “Olho nas Negociações”, maio, 69,8% das negociações de 2023 obtiveram aumento acima do INPC. Das 3.204 mil campanhas salariais analisadas, 22,1% repuseram a inflação, enquanto 8,1% acumularam perdas.
Em abril, 62% das negociações bateram o INPC. O índice é menor que o observado nas três primeiras datas-bases de 2023. Porém, segundo o Dieese, o percentual de reajustes abaixo da inflação também caiu, atingindo a menor marca no ano. Ou seja, 3,6%.
Setores – Na avaliação setorial, a indústria registra o maior índice de reajustes acima da inflação (72,8%), de janeiro a abril de 2023; em seguida vêm serviços (71,7%) e comércio (53,6%) – nesse segmento há uma significativa frequência de reajustes iguais à inflação (38,4%), bem acima da média nos demais setores, destaca o boletim.
Segundo o supervisor-técnico do Dieese em SP, Victor Pagani, a redução na inflação contribuiu pra um resultado mais positivo às categorias. Em julho passado, por exemplo, o INPC acumulava 11,92%. Em abril deste ano ficou em 3,83%. “A análise dos resultados confirma a tendência de melhora já observada nos últimos meses. Podemos relacionar esse resultado à desaceleração da inflação. Essa desaceleração possibilita aos Sindicatos conquistar reposição e até aumento real”, afirma o técnico.
Perspectivas – Para Victor Pagani, a tendência positiva deve se manter. Segundo ele, outro fator que favorece o bom resultado é a retomada da valorização real do salário mínimo. “Este ano houve reajuste acima da inflação no salário mínimo. Isso se reflete nos Pisos Salariais negociados e no aumento do salário médio praticado na economia como um todo”, argumenta.
Essa foi a oitava variação real média positiva seguida, invertendo sequência de 23 quedas.
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