Novembro, após eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA, Tarcísio de Freitas comemorou e vestiu um boné com o lema de campanha do republicano: “Make America Great Again”. Contudo, desde que o líder americano ameaçou impor tarifas à economia brasileira, a postura do Governador de São Paulo deixou de ser de adesão e passou a ser de silêncio. Pudera: o Estado foi responsável por um terço do que o Brasil vendeu aos EUA em 2024. Ou seja, a economia paulista pode ser afetada de modo significativo pelas ações de Trump.
Um levantamento da jornalista Maria Cristina Fernandes, do Valor, mostra que dois terços das exportações do Brasil para os EUA vêm de Estados com governadores bolsonaristas. A postura de todos eles tem sido igual à de Tarcísio: cruzar os braços. A intenção é não contrariar a base de apoiadores de extrema-direita, formada por trumpistas convictos, ao mesmo tempo em que tentam jogar a responsabilidade de eventuais prejuízos econômicos para o governo federal.
O Vice-Presidente Geraldo Alckmin se reuniu na quinta, 6, com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick. No encontro o governo americano disse ser possível adiar a aplicação de tarifas a produtos brasileiros. Contudo, pediu que a taxa cobrada pelo Brasil sobre o etanol importado dos EUA seja reconsiderada. Assim, os agentes políticos e econômicos seguem em compasso de espera, buscando entender se Trump estaria blefando.
Tal movimento é cômodo para governadores bolsonaristas. Tarcísio segue com altos índices de aprovação, enquanto o governo federal enfrenta o seu pior momento na avaliação popular. Todavia, quando se cala sobre Trump, o Governador mostra falta de compromisso com os empregos e os trabalhadores de São Paulo.
MAIS – Site da Agência Brasil.