Brasil é País grande – Josinaldo José de Barros

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Os manuais da geopolítica mostram como, quando e por que um país é potência. As condições:

* Ter um grande território (e o Brasil ocupa a quinta maior área do planeta);

* Ter uma grande população e mercado interno forte (o Brasil tem 215 milhões de habitantes e um PIB de US$ 2 trilhões e 360 bilhões);

* Ter grandes reservas naturais (o Brasil tem a maior biodiversidade do mundo, a maior floresta, a maior reserva de água doce, além de muitos minerais raros);

* Ser forte em tecnologia, em setores como indústria, agricultura, comércio, serviços, setor financeiro e poderio bélico. Nesse quarto item o Brasil também está melhorando.

Mas eu penso que o conceito geopolítico deveria incluir questões como democracia, emprego, serviços públicos e inflação. Nesse caso, o Brasil pode seguramente figurar na lista dos melhores.

A democracia brasileira acaba de mostrar que é robusta. O STF condenou um ex-presidente da República, altos oficiais do Exército e outras personalidades que tentaram dar um golpe de Estado e o País não sofreu qualquer abalo.

Outro item importante é custo de vida. O INPC de agosto teve deflação de 0,21%; e o IPCA também pontuou negativo: – 0,11%.

Mas nós nem sempre percebemos o quanto o Brasil é gigante. Por exemplo: o Sistema Único de Saúde – SUS – possui 38 mil Unidades Básicas e 6,5 mil hospitais próprios, atendendo 190 milhões de pessoas. Recentemente, pesquisa mundial colocou entre os melhores o Hospital das Clínicas da Unicamp; o Hospital das Clínicas da USP; o Hospital Unifesp/São Paulo; o Instituto Dante Pazzanese; o Incor; o AC Camargo e vários outros.

No início da globalização, o Brasil perdeu o passo da história e, pra se manter em pé, torrou estatais estratégicas. A Petrobras só não foi privatizada por Fernando Henrique (FHC) porque a sociedade reagiu e alas nacionalistas das Forças Armadas vetaram.

Felizmente, conseguimos manter estatais estratégicas, como Banco do Brasil, Caixa Econômica, Petrobras, BNDES, Embrapa, Itaipu e outras. Imagine enfrentar o tarifaço de Trump sem esses órgãos pra defender nossa economia, nossos empregos, nossas empresas e nossa soberania?!

Quem analisar o Brasil atual verá que os principais pilares econômicos estão sólidos. Isso ajuda a elevar o desenvolvimento social, com mais dignidade ao nosso povo.

Mas isso pouco valeria se tivéssemos um governo fraco, impopular, sem prestígio internacional. Domingo, dia 14, o principal jornal do mundo – o New York Times – publicou artigo do Presidente Lula. Ele falou de igual pra igual com Donald Trump, mostrando disposição de negociar. Mas frisou: “Nossa democracia e a soberania não entrarão nas negociações”.

Muitas forças sociais atuam para que o Brasil cresça, avance e seja a potência que deve ser. Registro aqui que o sindicalismo tem sido um aliado fundamental dos governos progressistas, do Estado nacional e do povo brasileiro.

Não é que seremos grandes: já somos!.

Josinaldo José de Barros (Cabeça). Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região.