Uma situação inusitada ocorreu na cidade de Porto Iguaçu, na Argentina. Os vereadores locais aprovaram medida que estabelece um horário específico para que brasileiros possam abastecer seus veículos nos postos argentinos.

Isso ocorre após uma onda de brasileiros começarem a abastecer na cidade do país vizinho devido às inúmeras altas na gasolina no Brasil. Enquanto o preço médio no País é de R$ 6,50 por litro, na Argentina, o combustível custa metade do valor, sendo registrado em torno de R$ 3,20 o litro.

Aos que visitam Porto Iguaçu a fim de abastecer seus veículos, os horários estabelecidos são: de segunda a sexta, das 12 às 18 horas e, depois, das 23 horas às 6 horas do dia seguinte. Aos sábados, domingos e feriados, está liberado o abastecimento das 12 horas às 6 horas do dia seguinte.

Além dos horários determinados pelos vereadores locais, a administração de Porto Iguaçu também estabelece que cada brasileiro poderá abastecer apenas 15 litros por vez. Vale lembrar que, em média, um carro popular tem um tanque com capacidade para 35 litros de combustível.

Preços – A alta nos preços dos combustíveis vem sendo o drama diário de milhões de brasileiros que dependem da gasolina, diesel e etanol para trabalhar ou que sofrem os impactos das altas nos alimentos nos supermercados.

Isso porque a Petrobras pratica, desde o governo Michel Temer, a Política de Paridade de Importação (PPI). Em síntese, essa política de preços se baseia nos custos de importação, que incluem transporte e taxas portuárias como principais referências para o cálculo dos combustíveis.

No Brasil, para completar um tanque de 35 litros, o consumidor paga o correspondente a 21,57% do salário mínimo vigente no País, de R$ 1.100,00. Na Argentina, o custo para completar o tanque compromete cerca de 11,65% do salário mínimo local, de R$ 1.624,94. Enquanto isso, países como Estados Unidos e Inglaterra, por exemplo, o trabalhador compromete entre 2,72% e 3,25% do salário mínimo.

Frentista – Apesar da falácia de políticos como Kim Kataguiri (DEM-SP) e Vinicius Poit (Novo-SP), que tentam a todo custo implementar as bombas selfie-service nos 45 mil postos do País, alegando que o custo do frentista influencia no preço final do combustível, estudo do Dieese aponta que o salário do trabalhador representa apenas 1,72%. Ou seja, a cada R$ 100,00 gastos para abastecer, apenas R$ 1,72 vai para o pagamento de salário do frentista.