17.2 C
São Paulo
segunda-feira, 13/01/2025

Câmara decide destino final da Eletrobras

Data:

Compartilhe:

“Todos hoje na Eletrobras são CLT. A tendência, com a privatização, é enxugar e demitir, porque o setor privado quer o máximo de lucros”

A MP do Apagão, aprovada pelo Senado na quinta, 17, retorna à apreciação da Câmara dos Deputados. O período de debates, ajustes e votação deve avançar pelos próximos 15 dias. Mas não há grandes expectativas de mudança devido à forte hegemonia governista na Casa.

Quem faz a avaliação é Murilo Pinheiro, presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de SP e Federação Nacional da categoria (FNE). Como líder de classe, ele aponta ameaças ao emprego. “Todos hoje na Eletrobras são CLT. A tendência, com a privatização, é enxugar e demitir, porque o setor privado quer o máximo de lucros”, afirma. A terceirização também deve avançar.

Câmara decide destino final da Eletrobras
Murilo Pinheiro, presidente da Federação dos Engenheiros, entrevistado por João Franzin

Maior geradora de energia da América Latina, a Eletrobras, que compõe um sistema eficiente e integrado nacional, há tempos perde pedaços. Na atual privatização, também se vão usinas, transmissoras e outros ativos. Os impactos desse desmanche serão reais. “O aumento no custo da energia, seja doméstica ou para empresas, é consequência”, diz Murilo Pinheiro.

A votação da privatização da Eletrobras na quinta foi precedida de forte mobilização das entidades de classe, especialmente de eletricitários e engenheiros. Mas isso não sensibilizou a maioria (42 votos a favor e 37 contrários). Nas palavras do dirigente, “o País abre mão de uma empresa forte e vibrante” e cai na insegurança energética.

Caso a privatização da Eletrobras se consuma, haverá tomada de providências em várias frentes. Espera-se que o edital, por exemplo, preveja obrigatoriedade de investimentos. Em outras privatizações, embora se previssem investimentos, eles não foram feitos.

Murilo observa a entrada forte de empresas chinesas. “São estatais”, ele diz. Já por aqui o governo entrega o setor energético.

Murilo Pinheiro também comenta a conduta do Congresso Nacional e a imposição de interesses eleitorais, que deveriam ser deixados para 2022. “Vejo falta de empenho para enfrentar questões reais e urgentes, de interesse do povo e da Nação”, ele diz.

Acesse – www.fne.org.br

 

Conteúdo Relacionado

MST plantará 100 milhões de árvores

MST quer plantar 100 milhões de árvoresO Movimento dos Sem Terra (MST) tem um lado ecológico que nem sempre aparece. Os assentados já colocam...

Ano deve ser da comunicação sindical, diz Vargas

Não só Lula está preocupado com a comunicação. Nosso mais experiente consultor sindical, João Guilherme Vargas Neto, abre o ano com o artigo “Comunicação...

Professor Corrêa mostra otimismo

Entrevista de Rita Casaro, para o Jornal dos Engenheiros, do Sindicato da categoria no Estado de São Paulo.O Brasil fechou 2024 e entrou no...

Sindicalistas presentes em ato pela democracia

Quarta, 8, aconteceu em Brasília o Abraço da Democracia. Houve ampla participação do movimento sindical. Dirigentes de diversos setores estiveram no Palácio do Planalto...

Jornal mostra Engenharia antenada e engajada

Saiu a nova edição do Jornal do Engenheiro, do Sindicato da categoria no Estado de São Paulo. O primeiro informativo do ano antecipa a...