(NOTA OFICIAL)
As Centrais Sindicais condenam com veemência o “tarifaço” de 50% pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as exportações brasileiras. A medida é arbitrária, hostil e unilateral, agride nossa soberania e configura uma tentativa inaceitável de interferência nos assuntos internos do Brasil. É uma afronta direta à nossa democracia, que evoca a memória sombria da participação dos EUA no golpe de 1964, quando agentes norte-americanos conspiraram e encorajaram militares a depor o presidente João Goulart.
O Brasil é uma nação soberana, com instituições democráticas e um Judiciário independente Nosso País não admitirá tutela ou chantagem de qualquer governo estrangeiro. As investigações e processos em curso no País – inclusive os que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro – são conduzidos por autoridades de forma legítima, transparente e dentro do Estado de Direito. Não cabe a qualquer potência estrangeira tentar interferir em seu funcionamento.
Denunciamos que a medida de Trump não ocorreu isoladamente. É resultado de uma trama arquitetada pela família Bolsonaro e seus cúmplices, que, incapazes de aceitar a derrota nas urnas, recorrem à traição nacional e conspiraram com forças estrangeiras contra os interesses do povo brasileiro. É crime de lesa-pátria.
Na ânsia de retaliar o Judiciário brasileiro e sabotar a democracia, Bolsonaro e aliados acabam atingindo todo o País. Condenamos de forma especial o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que, mesmo abrigado no Exterior com salários pagos pelos brasileiros, agiu como agente estrangeiro, fomentando sanções contra o Brasil. Exigimos sua cassação imediata e punição exemplar pelo crime de traição.
Alertamos para os efeitos devastadores desse tarifaço sobre a economia brasileira e a classe trabalhadora. Uma sobretaxa de 50% sobre nossas exportações ameaça diretamente a indústria, o agronegócio e vários setores produtivos, com risco de demissões em massa, fechamento de empresas e aumento do desemprego.
Além disso, essa retaliação deve encarecer o custo de produção interno, ao afetar cadeias integradas e insumos importados e exportados, pressionando a inflação e elevando o custo de vida para toda a população. Também há risco real de pressão cambial, com desvalorização da moeda brasileira.
Em outras palavras, o povo brasileiro – especialmente os mais pobres – será quem mais sofrerá com o aumento dos preços, a carestia e a insegurança no emprego. Trata-se de vingança política e eleitoreira da extrema-direita internacional, apoiada por traidores internos que apostam no caos econômico pra sabotar o governo democraticamente eleito.
Ante esse ataque, as Centrais reafirmam seu compromisso inegociável com a defesa da soberania nacional e da legitimidade das instituições brasileiras. Não aceitaremos nenhum tipo de tutela ou ingerência estrangeira sobre o destino do Brasil. Chamamos o povo brasileiro à unidade, para defender o interesse nacional.
Não permitiremos que chantagens ou sanções impostas de fora determinem nossas políticas ou nos façam abaixar a cabeça. O Brasil é dos brasileiros, e cabe exclusivamente ao nosso povo, por meio das instituições legítimas e eleitas, decidir os rumos do País.
Por fim, as Centrais Sindicais defendem que o governo brasileiro responda com firmeza, dignidade e soberania a essa agressão tarifária. Saudamos a aprovação recente da Lei da Reciprocidade Econômica, que permite retaliação proporcional a medidas unilaterais como essa. Exigimos que o governo use todos os instrumentos legais para proteger nossa economia e nossa gente.
Ao mesmo tempo, defendemos que o Brasil mantenha postura diplomática ativa, abrindo negociação multilateral e buscando solução pacífica e justa, sem jamais abdicar da defesa intransigente de nossa soberania. Confiamos que o governo saberá equilibrar a firmeza necessária com a diplomacia responsável para impedir que essa crise se aprofunde.
Em nome dos trabalhadores e do povo brasileiro: o Brasil não irá abaixar a cabeça. Não à intervenção estrangeira. Sim à soberania nacional, à democracia e ao emprego!
Assinam:
CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, CSB, Pública e Intersindical.




