Republico essa foto agora, quando Lula, após cumprir pena de prisão, em julgamento sem provas, volta a liderar as pesquisas para a presidência da República.
As marchas direitistas na Avenida Paulista, SP, ganharam corpo após as chamadas “jornadas de junho”, de 2013, quando centenas de milhares foram às ruas contra suposto aumento de 20 centavos na tarifa da ônibus. A agressividade era gritante. Os insultos a Lula, Dilma e a outros petistas ocorria na mesma ordem do endeusamento a Sergio Moro, Bolsonaro e a outros do mesmo campo ideológico.
Quem acompanhava aquelas marchas observava forte predomínio branco, gente bem nutrida e igualmente bem vestida. Embora quase todos usassem camiseta amarela da CBF, trajavam calças de marca, bermudas chiques e tênis descolados. Havia quem levasse crianças, no carrinho, por conta da babá.
Uma parte da mancha humana era de idosos, muitos moradores das ruas e avenidas próximas à própria Paulista. Velhotes em sua maioria, rostos graves, tensos ou rancorosos.
Foi com um pequeno grupo desses que eu me deparei na altura do Shopping Paulista (SP). Com a devida distância, mirei o cartaz e bati as fotos, e o grupo tocou adiante. Dizia o cartaz: “Lula, você não tem câncer – Lula, você é o câncer. Fora Dilma!”
Republico essa foto agora, quando Lula, após cumprir pena de prisão, em julgamento sem provas, volta a liderar as pesquisas para a presidência da República.
Meu nome é João Franzin, tenho 64 anos, sou jornalista há 43, trabalho desde os nove anos de idade. Sou testemunha do meu tempo. E não é um tempo bom.
Jornalista, coordenador da Agência Sindical.
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