Pesquisa mensal do Dieese apura que em maio o valor do conjunto de alimentos básicos aumentou em 11 das 17 Capitais. A Pesquisa Nacional da Cesta Básica constatou, entre abril e maio, elevações mais fortes em Porto Alegre (3,33%), Florianópolis (2,50%) e Campo Grande (2,15%). Principais quedas, BH (-2,71%) e Salvador (-2,67%).
SP – Preços da cesta. São Paulo, R$ 826,85, Porto Alegre, R$ 801,45 e Florianópolis, R$ 801,03. A comparação dos valores da cesta, entre maio de 2023 e 2024, mostra que todas as Capitais tiveram alta, exceto Goiânia (-0,05%).
2024 – Nos cinco meses, a cesta subiu em todas as cidades, e mais no Nordeste: Natal (15,11%), Recife (14,94%) e João Pessoa (14,45%).
Pela Constituição, o salário mínimo deve suprir um trabalhador e família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. O Dieese estima que esse valor seria hoje de R$ 6.946,37.
Razões – Inexiste uma única para a queda ou oscilação de preços, explica Patrícia Lino Costa, economista do Dieese que coordena a pesquisa. Mas o fator climático, ela observa, “tem pesado e deve continuar a pesar nos produtos in natura”. A vilã do período, informa, é a batata, “presente no prato de quase todos os brasileiros”. Pesou também a oscilação no preço do café, por outra razão. O Vietnam, grande produtor, teve quebra pesada, elevando as exportações do café brasileiro.
Futuro – A economista do Dieese não vê um fator capaz de fazer explodir os preços. No entanto, o nó da questão, segundo ela, é a instabilidade do clima, aliada a pressões externas.
Estoque – Começou com Temer e piorou com Bolsonaro o desmonte dos mecanismos de estoques reguladores. Agora, a Conab atua em várias frentes, tentando pôr de pé o Plano Nacional de Abastecimento.
Governo – Tem agido, mas a reconstrução do que foi desmontado exige tempo e recursos. “Inerte o governo não está e tem agido dentro das linhas formais e burocráticas. Mas, como a devastação foi grave, a reconstrução é penosa”, avalia Patrícia.