A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação (CNTA Afins) apoia a paralisação geral dos trabalhadores argentinos programada para o dia 24 (quarta-feira). O “paro general”, liderado pela histórica CGT, unifica o sindicalismo local e engaja amplos setores do movimento social.
A greve no país hermano a insatisfação popular com o autoritarismo, a política ultraliberal, além das medidas de extrema direita e emergenciais tomadas por Javier Milei. Tudo o que foi proposto pelo mandato do extremista precariza e penaliza os trabalhadores, assim como a população mais vulnerável.
Para o presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo, a greve visa sensibilizar o Congresso argentino pra que deputados e senadores não endossem as medidas de Milei.
“O que o governo chama de Bases para a Reconstrução da Economia, a Lei Ómnibus e a criação de uma Emergência Pública são medidas radicais que alijam a população mais carente, os trabalhadores, os desempregados. Inadmissível que os pobres paguem, mais uma vez, a conta pelo colapso da economia, por maus governos, a má distribuição de renda e a falta de políticas de inclusão social”, diz Artur Bueno de Camargo, presidente da Confederação.
A chamada “Lei Ómnibus” tem 600 artigos, altera o sistema político, dá poderes absurdos ao Presidente, sendo vista como uma forma de golpe. Artur comenta: “Acreditamos ser impraticável o Congresso local votar esse pacote de leis que praticamente extingue seus poderes e anula a Constituição”. “Mas, de todo modo, precisamos mobilizar os trabalhadores”, alerta.
Para a CNTA, a eleição de Milei ocorreu dentro do processo democrático, mas as medidas anunciadas são pesadas demais. Assim, a paralisação do dia 24 também é legítima e deve dar o recado correto ao governo, deputados e senadores.
“Aqui, Temer e Bolsonaro aplicaram medidas lesivas aos trabalhadores e mais carentes, que o movimento sindical combateu com firmeza”, relembra Artur. “Bolsonaro tomou posse de um País fora do Mapa da Fome e fez o Brasil regredir. Ele conseguiu aprovar no Congresso projetos que prejudicaram trabalhadores e aposentados. A ultradireita local representou décadas de retrocesso nas políticas de proteção aos pobres. Democraticamente, o povo respondeu, elegendo Lula mais uma vez”, conclui o sindicalista.
UITA – A greve geral na Argentina tem apoio de várias entidades sindicais do Brasil, como CUT, CTB e Nova Central, assim como da UITA – União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação.