Já entrou em vigor o tarifaço de 50% do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre grande número de produtos brasileiros exportados para aquele país.
Por isso, empresas exportadoras calculam prováveis prejuízos e a classe trabalhadora fica apreensiva e teme demissões.
E o governo anuncia um pacote de medidas de proteção à nossa economia e aos empregos. Entre elas, linha de crédito para as pequenas empresas exportadoras, aumento das compras governamentais e também medidas pontuais para setores mais atingidos.
Se o Brasil sempre manteve boas relações com os Estados Unidos, se a balança comercial é altamente favorável a eles, por que Trump nos agride?
Não existe motivo que justifique a agressão, até porque, historicamente, os Estados Unidos acumulam um saldo altamente favorável na balança comercial. Veja: em 2024, o saldo entre importações e exportações gerou um saldo de US$ 253 mi para os EUA. Neste ano, o saldo para os USA já chega a US$ 1,7 bilhão.
Se os Estados Unidos ganham muito no comércio com o Brasil, por que o tarifaço? Trump diz que as eleições não são transparentes e que nosso Judiciário persegue réus. Mas são desculpas esfarrapadas porque a democracia é plena no Brasil e todo réu tem direito a se defender. O que, na verdade, Trump mira é nossa atuação no Brics, o bloco econômico que reúne China, Índia, Rússia, África do Sul, Arábia Saudita, Brasil e outros países.
O Brics ameaça a supremacia dos EUA. O temor de Trump é que o bloco negocie com suas próprias moedas, enfraquecendo o dólar. Se isso ocorrer, a decadência dos States se agravará, até porque hoje os Estados Unidos devem ao mundo US$ 36 trilhões!
Política – O tarifaço de Trump é muito mais político do que uma medida de proteção ao mercado interno de seu país. Os Estados Unidos querem mandar no mundo, subjugar nações frágeis e interferir na ordem jurídica interna de outros países.
Quando eu digo que tudo é política, tem gente que não gosta. Quando eu digo que o teu emprego depende da política, que o aumento salarial depende da política econômica e que a saúde pública, habitação e a segurança dependem da política, estou falando uma coisa concreta.
A firmeza do Presidente Lula, a competência de nossa diplomacia e a agilidade do ministro Geraldo Alckmin, entre outros, fizeram o Brasil negociar e obter isenção para 694 produtos exportados. Nosso governo reafirmou a soberania nacional, mas não fechou portas da negociação.
Sindicalismo – O movimento sindical é patriota. Por isso, combate o tarifaço, defende os empregos e apoia o governo. Já Eduardo Bolsonaro e outros políticos que vão aos Estados Unidos pedir mais tarifas contra o Brasil são o quê? São traidores da Pátria. Quem trai a pátria merece respeito? Merece nosso voto? Claro que não!
Josinaldo José de Barros (Cabeça). Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e Região.









