14.5 C
São Paulo
terça-feira, 10/06/2025

E as nossas crianças? – por Josinaldo Barros

Data:

Compartilhe:

O abandono da infância é um projeto político.

online pharmacy https://royalcitydrugs.com/cipro.html no prescription

É um projeto do mal. É um projeto que deixa milhões sem futuro ou esperança, principalmente os mais pobres.

Nossas autoridades em geral e a grande imprensa deveriam estar engajadas num programa nacional de proteção à criança e conscientização da sociedade. Mas, não. Essa gente só se move quando surge uma tragédia, como essa da garota de 11 anos que foi violentada e engravidou.

Mas esse caso não é isolado. Basta dizer que, no primeiro ano da pandemia, 19.885 mil crianças e adolescentes sofreram estupro. Dessas vítimas, 6.902 tinham até nove anos (dados de 2020).

O Fantástico de domingo (26) tratou desse drama. Segundo o Instituto Liberta, mais de quatro meninas com menos de 13 anos são violentadas por hora. O Brasil, a cada ano, tem mais de 21.600 garotas grávidas antes dos 14 anos. Também chocante: 40% da violência é cometida por pais ou padrastos. Segundo o IBGE, meninas pobres têm cinco vezes mais chances de engravidar do que adolescentes abastadas.

Outra violência contra menores se dá pelo trabalho infantil.

Dados anteriores à explosão da Pandemia da Covid-19 mostram que 1,7 milhão de crianças e adolescentes trabalhavam. Desse total, 66,1% eram pretos e pardos. Onde deveriam estar essas crianças e adolescentes? Na escola, claro.

O governo tem atacado políticas públicas de proteção à infância, desmontado Conselhos e cortando verbas. Em seu primeiro ano, Bolsonaro utilizou R$ 6,7 milhões no combate ao trabalho infantil. Em 2020, no auge da Covid-19, apenas R$ 310 mil foram executados, ou seja, 38,27% do orçamento. Em 2021, investiu apenas R$ 331,9 mil no combate ao trabalho infantil. Ou seja, 17,7% do que estava autorizado.

FOME – Outro flagelo que atinge crianças é a fome. O adulto vai pra rua, faz bico e acaba achando um jeito de se virar. A criança não tem autonomia pra isso e depende de instituições de caridade ou da ajuda de particulares. Como o ciclo da fome tem sido longo, já se constata perda de peso nas crianças de até 10 anos.

Outra chaga é a prostituição infanto-juvenil. O Brasil registra por ano 500 mil casos de exploração sexual. Somos o segundo no ranking mundial, atrás da Tailândia. Aqui, 75% das vítimas são meninas; maioria, negras. Elas são vítimas também de espancamentos, estupros, vício em álcool e drogas, além de Infecções Sexualmente Transmissíveis.

Os dados são tão chocantes que nem parecem reais. Mas são. Ocorre que a rotina nos veda os olhos pra essa realidade dramática. A falta de políticas públicas também oculta esse quadro trágico e a omissão da mídia faz parecer que a situação é melhor. Mas não é.

País que abandona suas crianças é um país indigno. Cidadão que não sofre com esse drama é desumano.

Governo que não protege a infância é criminoso. Essa é uma pauta da qual nenhum candidato sério pode se omitir.

Clique aqui e leia mais artigos de Josinaldo Cabeça.

Josinaldo José de Barros (Cabeça)
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região.
Diretoria Metalúrgicos em Ação
Email – josinaldo@metalurgico.org.br
Site – www.metalurgico.org.br

Josinaldo - Cabeça
Josinaldo - Cabeça
Josinaldo José de Barros (Cabeça), presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região Email - josinaldo@metalurgico.org.br

Conteúdo Relacionado

Sem dignidade, não se acaba com a exploração do trabalho – Eusébio Pinto Neto

A ambição do capital está muito além do que é possível imaginar. No Brasil, os adolescentes são usados como massa de manobra para desacreditar...

Marina merece respeito – Josinaldo José de Barros (Cabeça)

A vida de Marina Silva é uma epopeia. Ela nasceu num seringal, no interior do Acre, vivendo uma infância de fome e pobreza.Foi aliada...

PL 1663: Contradições – Neuriberg Dias

Está pautado para votação no Plenário da Câmara o Projeto de Lei nº 1663/2023, de autoria do deputado Fausto Santos Jr. (União-AM), que tem...

Números grandes – João Guilherme Vargas Netto

Em 2024 foram registrados no Ministério do Trabalho 43.147 acordos e convenções coletivas de trabalho, informação da jornalista Luiza Calegari no jornal Valor Econômico...

Pejotização: uma fraude trabalhista e tributária – Carlos Vicente de Oliveira

De maneira um pouco tardia o sindicalismo brasileiro adentra ao debate sobre a pejotização quando essa questão já vem sendo discutida por outras instituições...