Caio Paes de Andrade, indicado pelo governo Bolsonaro, teve o nome aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras para conduzir a estatal. Ele foi eleito segunda (27), com oito votos favoráveis e dois contrários para integrar o conselho da empresa e, para a presidência, teve sete favoráveis e três contrários. Em meio a essa nomeação, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) já informou que tentará barrar Paes de Andrade a assumir o cargo.

Para a FUP, a aprovação é mais um puxadinho eleitoreiro de Jair Bolsonaro. “A decisão do Conselho de Administração da empresa é ilegal, pois o currículo e a experiência profissional do indicado são reconhecidamente insuficientes para gerir a maior empresa do Brasil”, afirma Deyvid Bacelar, coordenador-geral da entidade.

Justiça – A Federação e a Anapetro (Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras) entrarão com ação judicial contra a decisão do Conselho da estatal, para evitar instabilidades na empresa. As ações também questionarão a ausência de assembleia geral para tratar do assunto.

Na terça (28), as duas entidades protocolaram denúncia na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a ilegalidade da aprovação de Caio Paes de Andrade. De acordo com o advogado Ângelo Remédio, que representa os trabalhadores no caso, a expectativa é que a nomeação ao cargo não ocorra. “Um ato administrativo que aprove um ato ilegal não torna ele legal”, explica.

Protesto – Também na terça, petroleiros protestaram em frente ao Edifício Senado, que é o atual prédio da Petrobras, no Centro do Rio de Janeiro. Além de repudiar a indicação de Paes de Andrarde, a categoria se posicionou contrária à privatização da empresa e à política de preço de paridade de importação, que promove reajustes nos preços dos combustíveis baseados em dólar.

MAIS – Site da FUP.