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quinta-feira, 21/11/2024

Emergencial e saúde

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A saúde pessoal depende de alguns fatores. Tais como boa alimentação, hábitos saudáveis, herança genética e acesso à assistência médica. Já a saúde pública depende quase que de um único fator. Esse fator é o dinheiro.

Durante uma pandemia, como a que estamos vivendo, a saúde pública depende de muito dinheiro. Mas ainda não é suficiente. A aplicação desse dinheiro depende de vontade política, planejamento estatal, ações pontuais dos governos e mobilização da sociedade.

Vamos ao dinheiro. No ano passado, o Estado brasileiro dispendeu R$ 311 bilhões com o Auxílio Emergencial – ou seja, 4% do PIB. Neste ano, o gasto ficará em R$ 66,5 bilhões. Isso significa 15,9 vezes a menos. Apesar de a pandemia estar muito mais agressiva do que em 2020.

No ano passado, o Emergencial foi pago em cinco parcelas de R$ 600,00. Depois, em três de R$ 300,00. O teto, para mãe arrimo de família, chegava a R$ 1.200,00. Como ficou este ano? Nos primeiros três meses nada se pagou. Há três faixas, de R$ 150,00, de R$ 250,00 e um teto de R$ 375,00. Além disso, o governo excluiu do benefício cerca de 22 milhões de brasileiros.

Mas o dinheiro do Emergencial beneficia a saúde pública? Sim. Primeiro porque as pessoas utilizam quase todo o valor na compra de alimentos. A nutrição, como se sabe, mantém o sistema imunológico capaz de evitar doenças ou de enfrentá-las com mais vigor. Parte daquele volume de R$ 311 bilhões também foi destinada à compra de medicamentos.

Ao comprar comida e remédios, o valor do Emergencial manteve ativa uma ampla cadeia comercial. Também ajudou a preservar uma grande quantidade de empregos. Em alguns setores, gerou novos postos de trabalho. O consumo também elevou a arrecadação de impostos pelos governos municipal, estadual e da União. Ou seja, houve ganho geral.

Uma pandemia gera um estado semelhante à guerra. O que faz o Estado numa guerra? Ele se defende, defende seu povo, defende seu território, defende suas empresas, defende seus recursos naturais e gasta. Gasta-se na guerra, para vencê-la, para na paz se recuperar o que foi gasto de forma emergencial.

Um chefe de Estado que não aja assim, durante a guerra, será retratado como irresponsável, covarde, desumano ou mesmo traidor. Quem viver verá.

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