Entre as propostas do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, iniciativa da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) juntamente com seus sindicatos filiados, está um tema essencial à segurança da população e ao bom uso do dinheiro público: a criação de estruturas administrativas voltadas à Engenharia de Manutenção nos municípios, nos estados e na União.
A ideia – nascida a partir dos debates realizados em 2019 após tragédias como o rompimento das barragens da mineradora Vale em Mariana e Brumadinho (MG) e uma sequência de acidentes envolvendo pontes e viadutos na cidade de São Paulo – assenta-se na necessidade premente de se garantir a devida manutenção preventiva de obras de arte, edificações e outras estruturas públicas, além do cuidado cotidiano com os espaços urbanos. Isso exige compromisso real com a tarefa por parte do poder público, o que implica dotação orçamentária e corpo técnico qualificado.
Uma visão míope da gestão pública pode, num primeiro momento, enxergar na proposição simplesmente a ampliação de gastos. No entanto, uma análise mais cuidadosa dessa discussão revelará o exato oposto. Os devidos mapeamento, monitoramento e inspeção e reparos, feitos de forma planejada e por profissional competente, além de evitar ou reduzir transtornos, certamente mitigarão o dispêndio de recursos.
Convictos da importância da Engenharia de Manutenção, assim como de sua total viabilidade, seguimos levando esse debate à categoria, aos governantes e parlamentares e à sociedade, que precisa ter conhecimento do tema e de sua relevância para o seu bem-estar.
Em período eleitoral, a proposta naturalmente está sendo apresentada aos pré-candidatos que estão participando do ciclo de debates “A engenharia, o Estado e o País”, que recebe até setembro próximo os postulantes aos cargos majoritários.
O assunto terá, ainda, um fórum privilegiado nas frentes parlamentares em defesa da infraestrutura e da engenharia criadas na Câmara Municipal de São Paulo, presidida pelo vereador Eliseu Gabriel (PSB), e na Assembleia Legislativa de São Paulo, tendo à frente o deputado Campos Machado (Avante). O SEESP terá participação ativa em ambas, empenhando-se para ampliar a compreensão acerca da Engenharia de Manutenção e da urgência em se estabelecer uma cultura voltada a ela.
Ainda que nossa proposta objetiva inicial diga respeito às administrações públicas, a cada grave acidente envolvendo edificações nas cidades, caso do incêndio de grande proporção que atingiu prédios comerciais na região central de São Paulo na noite deste domingo (10/7), fica evidente a premência de fazer valer as regras de segurança e prevenção para que se evitem prejuízos e, principalmente, a perda de vidas.
Convido todos a integrarem esse debate da engenharia em prol do conjunto dos cidadãos.
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