Quando digo que, no governo do Rio Grande do Sul, no final dos anos 50, Leonel de Moura Brizola construiu 6.300 escolas, muitos acham exagero. Mas é fato. Também fez reforma agrária.
No Rio de Janeiro, construiu mais de 500 Cieps, escolas extraordinárias, grandes, com laboratório, biblioteca, quadra etc.
O menino pobre (paupérrimo) que virou engenheiro e só aos 14 anos foi a cartório se registrar, é o melhor exemplo da esquerda que realiza.
O Sambódromo, com 700 metros de extensão, 13 de largura e várias escolas embaixo, junto às arquibancadas, entre Darcy Ribeiro anunciar a intenção a Niemeyer e o governo entregar a obra, levou só 120 dias.
Tanto na construção dos Cieps quanto na do Sambódromo, nem uma só denúncia de malversação. A obra tem 85 mil metros quadrados de área construída.
Brizola era espartano. Não governava para partidos ou grupos, ainda que fosse o seu. Tinha clareza a respeito do interesse público e do papel do Estado.
A ele devemos a liderança do maior movimento popular pós-Revolução de 30, que foi a Rede da Legalidade.
Durante décadas, foi o inimigo número 1 da classe dominante brasileira e a liderança mais temida pela CIA.
Setores da direita e da esquerda negam em Brizola um pensamento político mais articulado. Maldade. O livro de Moniz Bandeira (Brizola e o Trabalhismo) mostra uma forte linha de coerência e princípios, apoiados no nacionalismo e no trabalhismo. Gilberto Vasconcelos também trata disso num livro pequeno, mas precioso.
Impetuoso, Leonel Brizola, quando precisava, era agressivo e contundente no debate político. Jamais, desrespeitoso.
Cometi muito erros em minha vida, digamos, política. Apoiar Brizola, sempre, foi um dos meus acertos.
Leonel Itagiba de Moura Brizola morreu em 21 de junho de 2004. Seu exemplo fica. E nos ilumina.
Jornalista, coordenador da Agência Sindical.
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