Dos que aí estão no cartaz, vários foram meus amigos. Sergião é uma amizade que cultivo desde 1985, quando participamos da greve na Goodyear, em Americana.
A homenagem ao Sérgião da Oboré é mais que merecida. Ele é o criador da imprensa sindical moderna, feita em moldes profissionais, sem o proselitismo ideológico oco.
Devemos também ao Sérgio ter trazido Laerte para a imprensa dos Sindicatos. O Livro “Ilustração Sindical”, com 1.100 desenhos, é estupendo e se mantém imbatível.
Convivi com o camarada no seu auge e vigor. Nunca vi alguém com tamanha capacidade de trabalho. Também nunca vi alguém, ante uma situação desfavorável, criar soluções na hora e mudar o rumo dos ventos.
Os milhões de trabalhadores paulistas devem a Sérgio Gomes a limpeza da Praia Grande. O imenso balneário da classe trabalhadora era sujo e contaminado. Foi ele quem dirigiu a mobilização pró-construção do emissário submarino. Incrível que até hoje o sindicalismo não lhe tenha homenageado pelo feito, que beneficiou a saúde de gerações de veranistas e ajuda a valorizar a então desprezada Praia Grande.
O Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos, o Troféu Audálio Dantas e muitas outras iniciativas (como conseguir junto ao comando da Amazônia levar levas de jovens jornalistas a conhecer a Região e o trabalho de nosso Exército) são da lavra do bigodudo.
Certa feita ficamos no Parreirinha até o sol raiar e o Sergião comeu oito sobremesas de morango com chantilly – seu apetite pantagruélico era famoso.
Durante a Constituinte, promovemos com a UnB um Encontro da Imprensa Sindical, na CNTI, presidida pelo valoroso Calixto. Andamos pelo Congresso e outros cantos de Brasília e eu disse: – Caramba, Sergião, você é mais conhecido aqui que o Ulysses Guimarães!
Domingo cedo estarei no MST e convido os amigos, porque, como o Sérgião mesmo ensinou, “não sendo clandestino, tem que divulgar!”.
João Franzin, jornalista e coordenador da Agência Sindical.