17.1 C
São Paulo
sexta-feira, 26/07/2024

Qual é a realidade do Executivo e do Legislativo? – Artur Bueno de Camargo

Data:

Compartilhe:

Temos a plena consciência de que o governo Lula tem princípios democráticos, é defensor dos direitos trabalhistas, sociais, defende a igualdades de oportunidades e é contra os preconceitos; defensor dos direitos humanos.

Mas foram eleitos os parlamentares, em sua maioria, que parecem não ter nenhum compromisso com os princípios do chefe do executivo – muito menos com o país – e comportam-se defendendo as políticas bolsonaristas, que além de antidemocráticas, privilegiam especuladores e o capitalismo mais perverso em detrimento dos mais necessitados.

Assim, o governo Lula não tem encontrado outras alternativas para governar se não atender às exigências do chamado Centrão, composto de parlamentares liderados pelo presidente da Câmara de Deputados, Arthur Lira, que só viabiliza os projetos de interesses do Brasil se receber, em troca, poder e verbas para o seu grupo de parlamentares.

A velocidade com que o Centrão está ocupando o poder é preocupante; corremos o risco de termos eleito um presidente de centro-esquerda e sermos governados – aliás, “desgovernados” – pela extrema-direita. E este filme nós já conhecemos, com o golpe que a presidenta Dilma sofreu e tudo o que veio depois.

Em apenas 10 meses do governo Lula, ministérios importantes já foram entregues para que Artur Lira distribua aos partidos do Centrão. Já foram, o Ministério do Esporte, de Portos e Aeroportos e, agora, a presidência da Caixa Econômica Federal, em troca de aprovar a taxação das grandes fortunas. Aliás, o governo ainda deve uma explicação para a sociedade: o congresso aprovou o imposto sobre as fortunas? Ou os detentores das grandes fortunas tiveram um perdão de parte de suas dívidas com o governo?

Os movimentos sindicais, sociais e a sociedade em geral, que defendem a Democracia e o Estado de Direito precisam intensificar os movimentos para barrar os avanços da extrema-direita. E isso só é possível com a participação na política. Para ocupar os espaços, as eleições municipais serão um termômetro para as eleições majoritárias de 2026.

Artur Bueno de Camargo – Presidente da CNTA Afins

Conteúdo Relacionado

Porque votei sim à reforma tributária – Luiz Carlos Motta

A Reforma Tributária, um anseio da população brasileira há várias décadas, finalmente deu um importante passo no Congresso Nacional. Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou,...

Eleições, eleições, eleições – Rodrigo de Morais

Se há uma palavra que temos ouvido muito nesses dias  é eleições.Eleições na Inglaterra, na França, nos EUA, na Venezuela e em outubro todo...

Kamala e ou Michelle e o “final feliz” – Marcos Verlaine

Devem disputar as eleições presidenciais de lá, em novembro, 2 mulheres negras do PD — Kamala Harris, atual vice, e Michelle Obama, ex-primeira-dama —,...

Pauta eleitoral e pauta sindical -Ricardo de Oliveira

Na democracia, os setores organizados da sociedade têm suas pautas próprias. Com o sindicalismo não é diferente. Essa pauta abrange temas gerais, mas também...

A quem interessa a alta do dólar e da taxa de juros? – Elias Diviza

Nas últimas semanas, o dólar disparou e o Banco Central, comandado por Roberto Campos Neto – que, vale lembrar, foi indicação de Bolsonaro e...