Em matéria de página inteira, no Valor Econômico do dia 9 de agosto, a jornalista Marli Olmos escreve que “novo capítulo de incentivo a montadoras faz renascer debate sobre benefícios ao setor”.
Mas o que quero ressaltar na edição é o mapa em que se apresenta o quadro das montadoras atuais no Brasil: 20 montadoras, 27 fábricas em 22 cidades de oito Estados.
Além da complexidade do setor e das contradições entre as empresas, reportadas pela jornalista no texto, o mapa revela o alcance das representações sindicais no setor, com duas dezenas de Sindicatos filiados a Federações, Confederações, Centrais Sindicais e ao IndustriAll.
Levando em conta a relevância do setor na indústria, o número e concentração de trabalhadores envolvidos diretamente e toda uma cadeia produtiva associada, proponho que as discussões sobre os incentivos tenham a participação forte do movimento sindical, além das já em curso com iniciativas patronais, regionais e singulares.
Isto poderia ser feito em uma primeira etapa com a realização de reunião de todas as entidades sindicais das bases onde haja montadoras. A reunião, presencial e virtual, aprovaria uma pauta mínima das direções sindicais sob o lema geral “Subsídio com contrapartida”, a mais importante sendo a garantia de emprego.
Na preparação dessa reunião, que exigiria o trabalho unitário de todas as direções sindicais, o Dieese deveria ser convocado a produzir a atualização da real situação do setor: empresas e fábricas, número de trabalhadores, acordos e convenções coletivas vigentes, número de sócios dos Sindicatos, produções efetivas por modalidade, cadeias produtivas locais, logísticas envolvidas, legislações estaduais diferenciadas e, para sintetizar, o consolidado dos resultados entre o início dos subsídios na década de 1990, estaduais e federais, até hoje.
Os resultados dessa reunião e a pauta unitária estabelecida seriam de molde a qualificar os esforços permanentes das direções sindicais em suas discussões com o patronato, com as forças políticas, com o governo e com a sociedade na luta pela valorização do emprego e do salário e na luta pela industrialização do País.
João Guilherme Vargas Netto – Consultor sindical de entidades de Trabalhadores e membro do Diap.
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