O mercado de trabalho apresentou a menor taxa de desemprego no trimestre encerrado em agosto desde 2012. Há meses o Brasil vive o chamado pleno emprego, com a taxa de ocupação batendo recordes a cada mês. O crescimento econômico e o consumo das famílias tornam-se favoráveis, o que motiva as pessoas a procurarem emprego. Apesar dos avanços, ainda temos muitos desafios a serem superados.
As mulheres estão presentes em todos os lugares. A participação feminina no mercado de trabalho aumentou e, apesar dos direitos já conquistados, ainda há muito a ser feito. Apesar das políticas de inclusão e proteção do governo Lula às mulheres, as trabalhadoras ainda sofrem discriminação por parte das empresas.
A dívida que temos com as mulheres é histórica. A participação das mulheres no mercado de trabalho é de 52%, enquanto a presença masculina é de 71%. O último Relatório de Transparência Salarial, realizado com cerca de 50 mil empresas, revelou que as mulheres recebem salários 20,7% menores do que os homens. A desigualdade é ainda mais acentuada em relação às mulheres negras e pardas, as mais afetadas pelas desigualdades na educação e na renda. Mulheres negras recebem 47% menos que a média nacional.
Para mudar essa situação, precisamos criar fóruns de debates com a participação dos governos federal, estadual e municipal, poderes legislativo e judiciário, empresas e, sobretudo, sindicatos que atuam como agentes de transformação social.
As mulheres, por suas diversas habilidades e competências, contribuem significativamente para o crescimento das empresas e para a economia do país. Sendo assim, é da responsabilidade do Estado e da sociedade criarem políticas de acolhimento, capacitação profissional, inclusão e sensibilização para aumentar o contingente feminino no mercado de trabalho.
As mudanças no Programa Bolsa Família, como o aumento da renda e a manutenção do auxílio mesmo após a conquista do emprego, impulsionaram a entrada das mulheres no mercado de trabalho.
Precisamos criar um mecanismo que permita às mulheres conciliarem o trabalho com a vida pessoal. A divisão de tarefas e a mudança de mentalidade são caminhos para que elas não sejam as únicas responsáveis pelos cuidados com a família, resultando em uma jornada dupla de trabalho. O direito à maternidade, ao cuidado com a saúde e os filhos, deveria ser respeitado. É um direito humano.
As mulheres dos países membros do G20 apresentaram, na semana passada, à presidência do grupo, exercida pelo Brasil, recomendações para incentivar o empoderamento econômico e social feminino. As propostas serão discutidas no encontro do G20, que ocorrerá no Rio de Janeiro, em novembro.
A evolução é um processo que requer o envolvimento de todos os cidadãos. Para construir o futuro, precisamos reconhecer as conquistas das mulheres e lutar para que todas possam exercer plenamente os seus direitos.
O mundo é das mulheres!
Eusébio Pinto Neto, Presidente da Federação Nacional dos Frentistas e do Sinpospetro-RJ.