Celebração do Dia do Trabalhador reúne conjunto do movimento sindical em torno da pauta urgente para a melhoria das condições de vida da população.
Emprego decente, correção da tabela do Imposto de Renda, juros mais baixos, aposentadoria digna, salário igual para trabalho igual e valorização do serviço público. Essa é a agenda prioritária em torno da qual o movimento sindical brasileiro se une neste ano para celebrar o 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador.
Correta e fundamental à melhoria das condições de vida da população, inclusive da classe média, a pauta, que ganha destaque na comemoração da data fundamental aos trabalhadores e suas entidades representativas, são reivindicações permanentes que merecem a mobilização coletiva e atenção de parlamentares e governantes.
No que diz respeito à valorização do serviço público, para além de assegurar o justo reconhecimento, remuneração e condições adequadas de atuação ao funcionalismo, é urgente uma cruzada nacional para que todos tenham acesso a atendimento de qualidade nos setores essenciais.
Saúde, educação e transporte, para ficar na lista mínima, são obrigação do Estado e direito do cidadão. Não é possível que questões cruciais como bem-estar físico e mental, formação e qualificação do indivíduo e o direito de ir e vir sejam simplesmente capturadas por interesses empresariais sem compromisso com o povo e seu futuro.
Nesse contexto, um alerta urgente diz respeito ao saneamento básico em São Paulo. Após a Assembleia Legislativa ter aprovado projeto autorizando o governo a vender a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) em dezembro de 2023, a última pá de cal sobre a saúde pública paulista pode ser jogada pela Câmara Municipal da Capital. Tramita no Legislativo local projeto que, na prática, determina a adesão da cidade, que representa 45% da receita operacional da estatal, à privatização.
Conforme pesquisa, 61% dos paulistanos são contrários a esse processo e querem continuar a ser atendidos pela Sabesp pública. Ainda assim, os vereadores aprovaram em primeira votação o projeto que abre caminho para que os interesses do mercado e o lucro passem a ser a tônica dominante. Técnicos da empresa e especialistas já preveem o desastre, com aumentos abusivos da tarifa, queda na qualidade e fim dos investimentos, hoje feitos em larga escala pela companhia de economia mista.
Somada à defesa dos serviços essenciais, que precisam ser públicos e universais, está a demanda por um salto no desenvolvimento nacional, com recuperação da indústria num modelo sustentável e que traga ganhos de produtividade e competitividade. Esse movimento é imprescindível à geração de empregos decentes e aumento decisivo da renda média do trabalhador brasileiro.
Celebremos o 1º de Maio e sigamos juntos na luta por um Brasil mais justo, com prosperidade e avanços em engenharia, ciência e tecnologia.
Murilo Pinheiro, Presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (Seesp) e da Federação Nacional da categoria (FNE).