24.6 C
São Paulo
quarta-feira, 23/10/2024

O gás que explode e mata – por Eusébio Neto

Data:

Compartilhe:

Gás Natural Veicular – Os quase 500 mil trabalhadores em postos de todo o Brasil estão com um novo desafio pela frente. Esse desafio é enfrentar a insegurança no trabalho, que piorou.

Como assim? Basta observar as recentes explosões por Gás Natural Veicular (GNV), todas graves e uma delas com a morte de um frentista. O companheiro Alyf Cruz Santana, de 21 anos, em São Pedro da Aldeia, no Rio de Janeiro.

A repercussão dos acidentes teve forte impacto na categoria e também junto aos consumidores. Vários donos de postos também, felizmente, compreenderam que o problema é grave e precisa ser encarado de frente.

A clientela se encheu de cautela e teve posto que perdeu fregueses, temerosos de problemas com o abastecimento do Gás Natural Veicular (GNV) ou pelo simples fato de abastecerem seu carro com etanol ou gasolina, num estabelecimento que mantém cilindros de Gás.

A Federação Nacional, a Fepospetro-SP e os Sindicatos filiados exigem providências por parte das autoridades e cobram dos empresários integral respeito às normas de segurança. E já começamos a trabalhar nesse sentido.

Semana passada, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) fiscalizou postos de combustíveis no Estado do Rio. Essa varredura apurou várias situações inseguras, bem como desrespeito a normas de segurança. A ANP também apreendeu veículos com cilindros avariados ou gambiarras.

Nesse ínterim, os três Sindicatos laborais do Estado fortaleceram as denúncias e chamaram o patronato à responsabilidade. Fomos além:  procuramos a Assembleia Legislativa do Estado a fim de realizar audiência pública. Essa audiência está marcada para o dia 2 de setembro, e será presencial.

Uma audiência pública, ainda que conte com a presença de representantes do Estado e do patronato, não resolverá o problema da insegurança gerada pelo manuseio incorreto do GNV ou devida à ganância de certos empresários. Mas é um primeiro passo concreto.

A categoria dos trabalhadores em postos se mobilizou o ano todo de 2021, buscando impedir a liberação do self service.

Ou seja, defendemos a validade da Lei 9.956/2000 e tivemos êxito, tanto junto ao Congresso Nacional quanto à Justiça, em vários processos.

Defender o emprego da categoria é papel do sindicalismo. Mas defender a vida vai além da nossa atribuição. É papel nosso, mas principalmente do setor empresarial e dos órgãos governamentais.

Você ainda me verá falar muito dessa questão da insegurança no manejo do GNV. Nossas entidades de classe baterão muito nessa tecla.

Seremos persistentes e obstinados na busca de segurança no trabalho e defesa da vida dos trabalhadores e trabalhadoras.

Contamos com a sua compreensão e o seu apoio, prezado leitor. Até porque a vida – do trabalhador e de qualquer outro cidadão – é sagrada e nenhuma ganância ou gambiarra pode colocar em risco esse patrimônio maior.

Eusébio Luis Pinto Neto é presidente da Federação Nacional dos Frentistas – Fenepospetro, e do Sindicato da categoria do Rio de Janeiro

Clique aqui e leia mais artigos.

Acesse – https://fenepospetro.org.br/

Conteúdo Relacionado

Privatizar o lucro; ceder o desespero – Lineu Mazano

No momento em que mais se fala sobre a responsabilidade da Enel acerca da falta de energia para milhares de famílias paulistanas, devido ao...

Principais tendências tecnológicas e “Cresce Brasil” – Murilo Pinheiro

Avanços em inteligência artificial e em cibersegurança compõem inovações que estarão em alta no próximo ano. Para aproveitar as oportunidades que se apresentam e...

Apenas movimento sindical – Antônio Rogério Magri

Quando me perguntam se sou de Direita ou Esquerda, respondo com clareza: de Direita, eu não sou. Na França, em 1934, perguntaram ao filósofo Alain se...

Outubro, mês dos comerciários! -Luiz Carlos Motta

Outubro é o mês dos comerciários, uma categoria que reúne mais de 12 milhões de trabalhadores no Brasil, comemorando sua data no dia 30....

Mais segurança ao trabalhador – João C. Juruna e Álvaro Egea

Estamos chegando à metade deste governo. Há sinais positivos na economia. O movimento sindical, entretanto, ainda vive a crise iniciada no governo de Michel...