Segundo dados do IBGE de 2018, no Brasil, 51,7% da população é composta por mulheres e de acordo com pesquisa divulgada em 2022 pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE), a taxa de participação feminina no mercado de trabalho em 2021 foi de 51,56%, mas o índice segue inferior ao total de homens empregados (71,64%).
A questão é que pesquisas apontam que, em média, as mulheres trabalham 21,3 horas por semana em afazeres domésticos, enquanto os homens apenas 10,9 horas. Sem contar que, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o rendimento médio mensal das mulheres no mercado de trabalho brasileiro é 21% menor do que o dos homens.
Além disso, o levantamento do Dieese do final de 2022 mostra que a maioria dos domicílios no Brasil é chefiada por mulheres: dos 75 milhões de lares, 50,8% (38,1 milhões de famílias) tem liderança feminina. Já as famílias com chefia masculina somam 36,9 milhões (49,2%). As mulheres negras comandam 21,5 milhões de lares (56,5%) e as não negras, 16,6 milhões (43,5%).
Elas são maioria no mercado de trabalho, entretanto recebem os menores salários, dificilmente chegam a cargos de comando e, muitas vezes são obrigadas a enfrentar o assédio (moral e sexual). Não bastasse tudo isso, possuem mais dificuldade para conseguir um emprego, pois muitas vezes são excluídas apenas por serem mães, porque perdem muito tempo cuidando dos filhos.
E não para por aí, há aquelas que trabalham cuidando da casa, dos filhos e não recebem nenhuma remuneração e sequer são reconhecidas por isso.
E não podemos deixar de falar das mulheres que sofrem violências físicas em suas casas.
Na nossa sociedade é normal pensar na mulher como responsável pelo trabalho doméstico e pelo cuidado com a família, trabalho que, como já mencionamos, não é remunerado e nem é valorizado pois no geral não entendemos sua importância.
Qualquer reforma ou melhoria realizada atualmente para a vida das mulheres nunca é suficiente para reparar o histórico, mas temos que continuar a buscar a conscientização da sociedade e a aprovação de leis que garantam o lugar de destaque que as mulheres merecem, pois o mundo é delas.
É por isso que são de extrema importância iniciativas como a da Fecomerciários, e de todos nós, sindicatos filiados, que organizamos mais uma vez o evento “Mulher Valorizada, Comerciária Fortalecida”, com mais de três mil comerciárias que aprovaram seis deliberações que serão um norte para as trabalhadoras no Estado. O documento aprovado diz: “É dia de apoiar a luta das mulheres por Respeito, Igualdade, Dignidade, Emprego, Renda e Oportunidade”.
Vamos lutar por isso!
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